Na última quinta feira (17), o jovem pastor da Assembleia de Deus, Gilmário Sales, de 24 anos, foi morto durante um cerco feito pela polícia em Feira de Santana (BA). Além de Sales, outros três homens foram mortos durante a operação policial, entre eles o cantor evangélico Jeisivam Cristiano Dias Brito, de 26 anos, Fábio de Almeida Silva, 24 anos e Enderson Almeida Souza Matos, 23 anos.
A ação que resultou na morte dos jovens aconteceu na tarde da quinta feira na divisa entre Feira de Santana e Conceição do Jacuípe. De acordo com a polícia, os jovens mortos seriam parte de uma quadrilha especializada em tráfico de drogas e roubo de veículos; porém, familiares contestam a afirmação feita pelo delegado Jean Souza, titular da Delegacia de Repressão a Roubos de Cargas (Decarga).
De acordo com o delegado, os jovens estavam armados em dois veículos, um Peugeot vermelho, placa OLD – 8292, e um Punto branco, placa NZP- 3230, e teriam atirado contra a polícia diante do cerco. A polícia afirma ainda que Enderson, conhecido como “Rabicó”, seria o líder do bando e portava uma pistola 9 mm, enquanto os outros jovens estavam armados com revólveres de calibre 38.
– Eles iniciaram a troca de tiros. Não foi intenção da polícia feri-los, mas eles tiveram que salvar suas vidas e revidaram os disparos – afirmou Souza.
Familiares de Jeisivam e de Gilmário contestam a versão de troca de tiros apresentada pela polícia e afirmam que eles foram executados. De acordo com os familiares, os dois eram evangélicos e que estavam indo para Aracaju.
De acordo com Veranice dos Santos Sales, mãe de Gilmário, o jovem havia comprado o Peugeot há cerca de 15 dias pelo valor de R$ 14 mil, e diz ter estranhado o valor, mas ressalta que o filho não tem nada a ver com os crimes dos quais foi acusado.
– O único erro de meu filho foi ter comprado este carro. Mas dizer que ele era bandido e trocou tiros, jamais, pois ele era um homem de Deus conhecido em todo o país e não merecia isto que fizeram – afirmou.
Ivo da Silva Brito, pai de Jeisivam, comenta que o filho era ex-cunhado de Rabicó e que acredita que por isto ele tenha sido morto.
– Meu filho e o amigo eram pregadores da palavra de Deus e a única arma que tinham era a bíblia. Eles eram trabalhadores e não sabiam sequer atirar, como iam trocar tiros com a polícia? Ele foi condenado por conhecer pessoas que eram erradas? Não vou sossegar enquanto a verdade não aparecer. Meu filho foi executado, isto tenho certeza – afirmou o pai do jovem.
Segundo o Portal A Tarde, nas redes sociais e sites de noticias da cidade foram veiculadas diversas manifestações de repúdio pela morte dos jovens, pedindo que o caso seja investigado com clareza e que seja acompanhado pelo Ministério Público.
Por Dan Martins, para o Gospel+