A campanha que elegeu Dilma Rousseff (PT) para seu segundo mandato à frente da presidência da República está em investigação pela Justiça Eleitoral, após detalhes sobre valores pagos a uma gráfica em São Paulo terem sido considerados inconsistentes.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia aprovado as contas da campanha petista com ressalvas, o que levou os ministros a manterem uma análise mais profunda das informações. Dessa forma, chegou-se à empresa Rede Seg Gráfica e Editora, que recebeu R$ 6,15 para impressão de folders.
O que atraiu a atenção do TSE para a empresa foi o cruzamento das informações declaradas à Justiça Eleitoral com o banco de dados do Ministério do Trabalho. A partir daí, descobriu-se que o presidente da gráfica contratada pelo PT é registrado em outra empresa como motorista, com salário mensal de R$ 1.490,00.
As informações sobre essa investigação foram levantadas pelo jornal Folha de S. Paulo, que foi ao endereço onde a Rede Seg Gráfica e Editora está “instalada”. No local, os repórteres conversaram com Rogério Zanardo, que declarou que a empresa pertence à família dele, e não ao motorista Vivaldo Dias da Silva.
Rogério, no entanto, não explicou porque a gráfica está registrada no nome de alguém que é registrado como motorista em outra empresa, e afirmou que as máquinas estão fora de atividade por causa da falta de serviços.
Posteriormente, os repórteres entraram em contato com o irmão de Rogério, Rodrigo, que deu outra explicação para a confusão no registro da gráfica. De acordo com sua versão, o motorista Silva é realmente o proprietário da Rede Seg, e a função dele e de seu irmão era administrar o local, uma vez que eles têm experiência no ramo e são donos de outra gráfica, a Graftec.
O motorista Silva foi encontrado pelo jornal e apresentou-se como o dono da gráfica, e destacou que se mantém trabalhando em outra empresa para aumentar sua receita: “Eu gosto de trabalhar, e é um rendimento a mais que tenho”, disse.
O TSE descobriu que Silva foi funcionário da Graftec, empresa dos irmãos Zanardo, entre 2006 e 2007, como eletricista, e que entre 2009 e 2012 ele trabalhou como motorista para a empresa Artetécnica Gravações.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou à Folha que as empresas que prestaram serviço à campanha de Dilma Rousseff foram escolhidas por cobrarem valores mais baixos que as demais: “A elaboração do material foi auditada pela campanha e a documentação que comprova a elaboração e entrega do material foi auditada pelo TSE”. O caso continua sob investigação.