O reverendo Franklin Graham faria uma pregação na cidade de Liverpool durante o verão do hemisfério norte, mas o evento foi cancelado, e os organizadores alegaram que o motivo para a desistência é a pregação bíblica de que a homossexualidade é um pecado.
O evangelista filho do falecido pregador Billy Graham pregaria no ACC Liverpool como parte de uma cruzada maior pelo Reino Unido. As autoridades do local anunciaram na última sexta-feira, 24 de janeiro, que o evento seria excluído da programação porque as opiniões de Graham – em particular sua interpretação bíblica do casamento como uma união entre um homem e uma mulher – são “incompatíveis” com os valores abraçados pelos organizadores.
Segundo informações da emissora Christian Broadcasting Network (CBN News), a decisão de cancelar a pregação de Franklin Graham em Liverpool não surpreende, já que os manifestantes vinham protestando contra os responsáveis pelo centro de eventos por permitirem que Graham compartilhe o Evangelho no espaço.
Um grupo de opositores ao evento com Franklin Graham no ACC Liverpool se uniu à entidade de militância Liverpool Labour Network LGBT, e referiram-se ao evangelista como “um pregador de ódio homofóbico”.
Resposta de Graham
Na última segunda-feira, o evangelista respondeu à decisão do ACC Liverpool com uma carta aberta à comunidade LGBTQ no Reino Unido, informando que ele irá à Grã-Bretanha não para condená-los, mas pelo contrário, para anunciar a mensagem do Evangelho.
No mesmo texto, Graham confirmou que vê a homossexualidade como um pecado pois é assim que a Bíblia a define: “O problema, penso eu, é se Deus define a homossexualidade como pecado. A resposta é sim. Mas Deus vai mais além do que isso, dizendo que somos todos pecadores – inclusive eu. A Bíblia diz que todo ser humano é culpado de pecado e precisa de perdão e limpeza. A penalidade do pecado é a morte espiritual – separação de Deus para a eternidade”, escreveu o evangelista.
Ele também defendeu o direito à liberdade de expressão e liberdade religiosa, e pontuou que sua viagem ao Reino Unido não era “para falar contra ninguém” porque o Evangelho “é inclusivo” à sua maneira: “Estou indo falar por todos. O evangelho é inclusivo. Não estou levando o ódio, estou levando amor”.
Ao final, o pregador de 67 anos terminou sua carta dizendo que toda a comunidade LGBTQ é “absolutamente bem-vinda” a participar de um de seus eventos no Reino Unido para ouvir a Palavra de Deus.
Boicote
Essa não é a primeira vez que um evento evangelístico com a presença de Franklin Graham é alvo de pressão por sua firme convicção no que diz a Bíblia Sagrada.
Em 2017, uma cruzada seria realizada em Vancouver, no Canadá, e alguns dos líderes religiosos locais se opuseram à presença do pregador como preletor, por causa de sua postura intransigente no que se refere à homossexualidade e à religião islâmica.
Gregor Robertson, prefeito da cidade canadense, reuniu líderes católicos e evangélicos progressistas para alertar sobre suas “preocupações” relacionadas à segurança com a visita de Franklin Graham à cidade, pois o pastor é contundente em suas opiniões sobre muçulmanos, gays, ateus e simpatizantes das ideologias de esquerda.
“O prefeito está preocupado com a segurança. As declarações que [o pastor Franklin] Graham faz sobre muçulmanos e gays realmente podem causar problemas”, afirmou o vereador Tim Stevenson à época. Ele foi o primeiro homossexual a ser ordenado pastor pela Igreja Unida do Canadá.
Outros líderes religiosos consideravam Franklin Graham como “conservador extremista”, e criticaram sua postura quanto aos homossexuais: “Ele desumaniza a comunidade LGBT”, afirmou um dos envolvidos, expondo a influência do pensamento humanista pagão no meio cristão.