Oito em cada dez vítimas de perseguição religiosa no mundo são cristãs. Apesar disso, pouco se fala da situação enfrentada pelos seguidores de Cristo em países onde a intolerância é mais praticada, e isso inclui o silêncio da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo o testemunho de vários sobreviventes do radicalismo religioso.
A informação foi exposta em um evento na própria ONU, onde vítimas que viram de perto as consequências da perseguição religiosa puderam testemunhar um pouco do terror vivenciado. Uma delas foi o padre Neville Fernando, que esteve em abril passado no Sri Lanka, quando terroristas islâmicos mataram 259 cristãos em plena Páscoa.
“Entrei pelo portão principal da igreja e de repente ouvi a explosão”, disse ele. “Corri em direção à igreja e vi cadáveres espalhados pelo chão. Havia muitas partes do corpo mãos, cabeças, pernas e mãos, umedecendo o chão da igreja com sangue.
O atentado do Sri Lanka foi um dos piores da história, mas apesar da gravidade a repercussão contra os responsáveis pelo massacre não teve a intensidade que deveria. “Houve lamentações e gritos das pessoas que procuravam entes queridos. Que horror!”, destacou o padre.
Roger Landry também esteve no evento chamado “Missão da Santa Sé nas Nações Unidas”, ocorrido em 20 de novembro passado. Ele criticou a ONU e a grande mídia por agir rapidamente nos casos de ataques contra muçulmanos, propagando a chamada “islamofobia”, mas não tem a mesma atitude quando se trata de ataques aos cristãos e judeus.
“Chamamos esse evento para ouvir dos sobreviventes de perseguição religiosa em todo o mundo, para que a ONU possa ser informada e, desse púlpito importante, comece a ecoar em todo o mundo”, disse Landry, segundo informações da emissora Fox News.
Para Edward Clancy, diretor da organização de vigilância e auxílio aos cristãos Aid to the Church in Need, mesmo com números tão alarmantes sobre a perseguição aos cristãos, poucos países têm consciência sobre a importância de abordar o assunto e promover campanhas de proteção aos seguidores de Cristo.
Esse é um drama que tem sido mais observado no Oriente e na Ásia, mas subestimado no mundo ocidental, segundo Clancy. “Muito pouco foi feito pelos governos ocidentais para proteger e ajudar cristãos e outras minorias enquanto o genocídio estava em andamento no Iraque e na Síria”, disse ele.