O pastor Luciano Subirá gravou um vídeo expressando suas convicções a respeito das próximas eleições presidenciais, e afirmou que decidiu se posicionar por reconhecer o risco real que a hipótese de volta de Lula (PT) ao poder representa para o país e para a igreja evangélica.
Afirmando posicionar-se como “um cristão, não apenas um pastor, um cristão comprometido com as Escrituras visando alcançar outros cristãos”, Luciano Subirá enfatizou que pesou cada uma das palavras que usou no vídeo depois de orar e jejuar sobre esse propósito.
No vídeo, o pastor da Comunidade Alcance em Curitiba (PR), relembrou que ao longo de seu ministério nunca havia se manifestado publicamente sobre seu voto pessoal até 2018, quando viu uma janela de oportunidade de reagir contra os desmandos do PT:
“Em 2018 pela primeira vez vim a público com vídeos pedindo votos que nos ajudassem a tirar o PT do poder depois de anos, onde ficou caracterizada, constatada uma roubalheira, um saque, uma pilhagem à nação, além de tudo isso, precisamos ainda destacar que os valores, as bandeiras, o conjunto e o pacote de ideologia que o PT, os partidos de esquerda carregam, e são completamente incompatíveis com o cristianismo”, contextualizou.
Socialismo/comunismo
Subirá também demonstrou inconformismo com os admiradores dos regimes defendidos pela esquerda: “As pessoas que se dizem cristãs e socialistas, na minha opinião […], ou não entenderam o que é a versão integral do cristianismo, ou não entenderam o que é a versão integral do socialismo, porque não há a menor compatibilidade. Ao longo da história não existe um único exemplo de uma nação comunista, socialista, que fez o modelo funcionar”.
“Nós simplesmente precisamos perceber que se existe um lugar onde os direitos humanos foram desrespeitados, onde houve perseguição religiosa, onde o Estado se torna um verdadeiro deus, onde poucos governantes – em nome da igualdade – se promovem e dominam como verdadeiros ditadores – isso tem acontecido dentro do comunismo e do socialismo. Os verdadeiros genocídios da história recente têm sido promovidos por esse tipo de governo. E quando eu olho à volta, eu não quero ser a próxima Venezuela, Argentina com a economia ruindo, eu não quero ser a próxima Nicarágua, que está fechando igrejas e perseguindo cristãos. E as pessoas ficam aqui no Brasil tentando defender ‘o pacote não é esse’, mas olha quem a esquerda e o PT apoiam”, acrescentou.
Ganância e corrupção
O pastor pontuou que a postura de ganância da esquerda em relação ao poder demonstra uma obstinação pelo controle de toda a sociedade, e isso é um agravante aos crimes já praticados no passado pelo mesmo grupo de políticos:
“Não é apenas uma questão de corrupção, de desvio de dinheiro, é a forma descarada como eles estão realmente dispostos a lutar pelo poder. ‘Pastor Luciano, o senhor está falando contra o Lula, que foi inocentado?’. Não, ele não foi inocentado. Ele foi livre da cadeia por possíveis irregularidades num processo, que teve julgamento em primeira e segunda instâncias, por tribunais sérios. Não há nenhuma comprovação de inocência. E se houvesse da pessoa dele, o que primeiro deixo claro que não há, não existe nada que inocente o PT dessa roubalheira escandalosa”.
A escolha por manifestar apoio à reeleição do atual presidente, segundo Subirá, é consciente e resultado de uma reflexão que avaliou prós e contras:
“‘Pastor Luciano, o senhor está defendendo Bolsonaro?’. Em 2018, gravei vídeos dizendo que não era nenhum fã, admirador, nem defensor de Bolsonaro como um pacote integral, mas que diante do cenário e das possibilidades ele era nossa única opção, principalmente na configuração de segundo turno, de tirar o PT do poder depois de tanto tempo. Honestamente, falei isso na época e sustento: esperava que tivesse opções de voto diferentes agora, mas depois de quatro anos, de novo nós estamos diante da mesma polarização. Ou é a volta do PT ao poder, ou é Bolsonaro”.
Síndrome de Pilatos
Subirá destacou no vídeo que seu propósito é propor uma reflexão aos irmãos na fé que estejam considerando optar pela omissão na forma de voto em branco ou nulo, indicando que isso pode se traduzir de forma muito simples em um cenário de hostilidade no futuro próximo:
“Não me dirijo aos apoiadores de Bolsonaro, que já estão decididos, dirijo-me àqueles que não necessariamente têm no Lula a sua opção, mas que estão decididos a não votar em Bolsonaro por outros motivos. Eu quero dizer que, principalmente, votos em branco, votos nulos, são um apoio ao Lula. ‘Não, não estarei votando nele’. Ok, mas está transferindo a responsabilidade da escola para aqueles que estão do lado dele”.
A sensibilidade estética, segundo Subirá, pode estar sendo usada de forma demagógica: “Nós precisamos nesse momento nos questionar não necessariamente qual é a melhor opção, porque a melhor dói para o ouvido de alguns, a gente deveria pensar no mínimo o que é menos pior. Vejo pessoas atacando Bolsonaro e obviamente não consigo aceitar e concordar com todo tipo de ataque”, ponderou.
“Eu vejo gente dizendo ‘não vou votar nesse cara porque ele fala muita besteira’. E eu pergunto para as pessoas ‘e Dilma falava o que quando abria a boca, gente?’. Agora, a gente pôde suportar aquilo com uma ideologia diferente, com o país sendo pilhado, mas agora que a história, lentamente, ainda que não completamente começa mudar, a gente passa a ter intolerância com aquilo que nós aceitamos durante tanto tempo? Vamos falar sério. Eu não estou aqui para ficar defendendo o pacote completo, mas não dá para aceitar todo tipo de ataque”.
Mídia e STF
Os acertos do governo, quando são noticiados, vêm acompanhados de linguagem que tendem a delinear uma espécie de fragilidade, e isso incomoda o pastor: “A mídia brasileira ficou vergonhosa. Na hora de dizer que o PIB [Produto Interno Bruto] subiu, qual é a forma como a mídia – que é compactuada com a esquerda – noticia? ‘O PIB cresce, mas provavelmente voltará a cair’; ‘O índice de desemprego tem o menor estágio depois de muitos anos, mas provavelmente voltará a subir’. Tudo tem um ‘provavelmente’ para esculhambar aquilo que de bom nós temos”.
“Não transfira a responsabilidade da decisão do que será da nossa nação para outros. Lembre-se que a escolha das próximas duas cadeiras do STF – esse grupo que está deixando o país indignado por, o tempo todo, ultrapassar seus limites; eles são as pessoas ofendidas, eles decidem que vai julgar, eles fazem o processo. Nós estamos vendo, o tempo todo, um avanço que nos mostra um risco sério. E, honestamente, nós vamos entregar na mão de Lula, do PT, ou da esquerda, a possibilidade de definir as próximas duas cadeiras? Nós precisamos pensar no pacote completo. É o momento de ser sério”, acrescentou.
Confira o vídeo na íntegra: