Com o segundo turno da eleição presidencial se aproximando, a corrida em busca do eleitorado evangélico tem se tornado cada vez mais intensa por parte da campanha do petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputa contra o atual presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL).
Ciente de que a maior base de apoio eleitoral ao candidato do Partido Liberal é composta por evangélicos, a equipe de Lula vem tentando reverter a imagem negativa do esquerdista aos olhos desse público. Para isso, foi pensada uma carta prevista para ser divulgada no próximo dia 15.
Inicialmente, o documento seria divulgado na segunda-feira passada (10), mas acabou sendo adiado para o sábado seguinte, segundo informações da Revista Oeste. Nele, a campanha petista se dirige aos “irmãos e irmãs” membros das igrejas evangélicas, em especial as de comunidades periféricas.
“As igrejas evangélicas têm um papel fundamental na sociedade brasileira. Em lugares onde o Poder Público não consegue chegar, há congregações com irmãos e irmãs que trabalham ativamente nas suas comunidades com a propagação do Evangelho”, diz o texto, em tom religioso característico.
Ainda de acordo com o suposto trecho da carta, esses evangélicos “se dedicam em levar paz, conforto espiritual às famílias e desenvolvem forte trabalho social”, destacando-se o papel da “mulher evangélica, aguerrida em sua fé, dedicadas à oração e ao cuidado com suas famílias.”
Pautas morais
A carta de Lula aos evangélicos é parte de um esforço que visa aproximar o petista ao público cristão, tendo em vista a forte rejeição desse eleitorado à esquerda devido às pautas morais defendidas por seus representantes.
São temas como aborto, ativismo LGBT+, ideologia de gênero, descriminalização das drogas e liberdade religiosa, entre outros. No tocante à pregação, por exemplo, Lula já atacou os pastores que apoiam o presidente Jair Bolsonaro, chamando-os de mentirosos.
“Eu admito um ser humano normal mentir. Mas não é aceitável um pastor que diz que fala em nome de Deus mentir. Ninguém pode mentir em nome de Deus”, disse o petista no dia 9 de setembro passado, segundo a CNN Brasil, referindo-se genericamente aos líderes religiosos que apoiam o atual presidente da República.
“Ninguém deve utilizar o nome de Deus em vão. Ninguém deve utilizar o nome de Deus para tentar ganhar votos. (…) Porque a hora que o cidadão vai à igreja, ele vai para cuidar da sua fé, sua espiritualidade, ele não está preocupado se o candidato é A ou B. Ali é o momento que ele está conversando com Deus e ali ele não quer que a gente se meta com a política”, disse Lula.