A turnê do ex-presidente Lula (PT) pela Europa, custeada pelos cofres públicos, contou com uma visita do político ao Conselho Mundial de Igrejas (CMI) em Genebra, na Suíça, onde foi recebido por pastores. A entidade reúne 340 igrejas protestantes, ortodoxas e independentes.
A visita de Lula ao CMI teria como pano de fundo um debate sobre “desigualdade social”, tema que foi usado como pretexto para que o condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio se ausentasse do Brasil. Ele foi também a outros dois países europeus, para encontros com líderes sindicais e políticos de esquerda.
Durante a visita ao CMI, o ex-presidente declarou que é contra o uso das igrejas de maneira partidária, omitindo sua recente sugestão ao Partido dos Trabalhadores para a criação de “núcleos evangélicos” com o propósito de aproximar a legenda dos fiéis e assim, influenciá-los.
“Explico que sou contra as igrejas serem partidarizadas. Acho que na hora da eleição os pastores votam com a consciência deles. Mas na pregação eles tem que defender os mais pobres. Os esquecidos. Os marginalizados. Essa é a causa de Jesus Cristo”, disse Lula aos pastores presentes no encontro.
O secretário-geral do Conselho, Olav Fylkse Tveit, um pastor luterano da Noruega, esteve presente na reunião com o político de esquerda brasileiro, e ouviu o ex-presidente dizer que se sente apto a representar também as igrejas evangélicas, segundo informações do portal Brasil 247.
“Eu não preciso ser evangélico para defender os evangélicos. Não preciso ser de uma religião de matriz africana para defender uma pessoa dessa religião. O que eu preciso é defender o livre exercício de cada religião”, discursou, convenientemente, colocando-se de forma oposta aos indicativos que seu plano de governo na campanha eleitoral de 2018 traziam.