Igrejas cristãs na China possuem o grande desafio de poder atuar sem sofrer a repressão do Partido Comunista Chinês. Mesmo os templos que operam sob o controle do Estado enfrentam dificuldades. Os que são considerados “ilegais”, então, pior ainda.
Como resultado, em apenas um semestre cerca de 550 igrejas (templos) foram fechadas na China comunista, segundo dados da agência internacional Bitter Winter. Boa parte delas foram incorporadas a outras.
Ou seja, para tentar justificar o fechamento, o governo ordenou que igrejas menores fossem fundidas a outras maiores. Segundo analistas de perseguição religiosa, no entanto, a intenção por trás desse tipo de medida é tentar impedir a disseminação do cristianismo através da multiplicação.
Em tese, uma vez que várias igrejas se reúnem em um mesmo local, fica mais fácil para o governo monitorar o seu funcionamento, diferentemente do que acontece quando várias igrejas funcionam em locais diferentes e em menor quantidade.
Segundo a Bitter Winter, foram fechadas 241 igrejas em Huai’an, 142 em Lianyungang, 121 em Yancheng e 45 em Suqian, todas no segundo semestre de 2019. Grande parte na província de Jiangsu, no leste da China, região de maior concentração de cristãos.
Outro argumento utilizado pelo governo comunista para justificar o fechamento dos templos é dizer que tais denominações estão “sem licença ou em ruínas”, o que também rende ameaças de multas no valor de 200.000 RMB (cerca de US $ 29.600).
“As autoridades ordenaram que os diretores da igreja assinassem acordos de fusão. Muitas igrejas grandes foram fundidas com outras pequenas, e agora elas não podem mais acomodar todos os crentes que reunia antes”, disse um diretor da igreja de Shuyang.
“Existem três igrejas em nossa aldeia, e os cristãos superam em número um pouco mais de uma dúzia de membros do Partido Comunista Chinês. Isso é o que o governo central teme e por que eles ordenam a redução do número de crentes”, disse um oficial de uma vila em Lianyungang.
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