O posicionamento contrário a parte das medidas de restrição adotadas durante a pandemia de coronavírus no Brasil levou à remoção de alguns vídeos que o pastor Silas Malafaia publicou em suas redes sociais. Agora, o líder evangélico publicou um novo vídeo expondo o que considera incoerente nas políticas de uso das plataformas.
“Você que usa redes sociais precisa ouvir tudo porque eu vou fazer denúncias graves e com provas”, disse Malafaia, que logo de cara teceu críticas ao youtuber e empresário Felipe Neto, que iniciou uma campanha incentivando seus seguidores a denunciarem as publicações e vídeos do pastor nas redes sociais.
“Se você tiver milhões de seguidores em uma rede social, pode provocar uma guerrilha virtual para derrubar qualquer vídeo. Se tiver denúncias mesmo que não tenha fundamento, o vídeo é derrubado. Mas quero mostrar porque Felipe Neto tem essa bronca para tentar me atingir. É porque ele me acusou de ladrão e eu entrei na Justiça contra ele. Ele teve que fazer um acordo, teve que gravar um vídeo retirando essas acusações inescrupulosas. Ele pode falar o que quiser lá no canal dele, mas aqui estou provando com um documento”, disparou Malafaia.
Após mostrar um trecho do vídeo onde Felipe Neto cumpre o acordo judicial e se retrata, o pastor revelou que processará as redes sociais de Mark Zuckerberg: “Eu estou agradecendo a ele porque me deu instrumentos interessantíssimos. Porque quando acabar essa história de coronavírus, eu vou mover um processo contra o Facebook e o Instagram. Porque eu vou mostrar que essa política deles contra essa conversa de discurso de ódio é uma tremenda de uma palhaçada. Eu vou provar aqui”.
Malafaia lembrou que, antes da crise atual, outro vídeo seu foi removido do Facebook por uma queixa da TV Globo: “Lembra do dr. Drauzio Varella, no Fantástico, abraçando um travesti que não recebia visita? Só esqueceram de mostrar que o cara era um estuprador e assassino de um menino de 9 anos. Aí eu fiz um vídeo, dizendo que a Globo tinha quebrado a cara. O Instagram e o Facebook mandaram retirar, dizendo que era um discurso de ódio”.
Quarentena
A respeito das medidas de isolamento horizontal imposta pelas autoridades, o pastor voltou a fazer críticas e disse que sua intenção ao mostrar cenas de comércios abertos em locais de baixa renda era expor incongruências nas justificativas de governadores e prefeitos.
“Eu tava querendo mostrar que essa quarentena é uma piada diante da grande parte da população, das pessoas pobres. Não há nenhuma proteção para o pobre. Eu mostrar comunidades [carentes] inteiras abertas e vou mostrar em Salvador, Arapiraca, Maceió e no Rio de Janeiro, a Vila Cruzeiro e a favela da Maré. Você não vê isso na imprensa. Governantes estão igual a Pilatos, lavando as mãos. É mole para mim e para muita gente, que tem uma casa confortável falar em quarentena. É povo pobre do Brasil, que está imunizando o país do coronavírus porque os especialistas dizem que a praga tem que chegar a 60 ou 70% da população para cessar”, argumentou.
Em seguida, Malafaia criticou que a falta de medidas sanitárias em vias públicas no combate à pandemia: “É um produto que coloca no ambiente, se tiver coronavírus, outros tipos de vírus, eles morrem. Isso pode ser feito em trens, ônibus, metrôs, ruas e avenidas. E eu pergunto, qual o governador e prefeito que fez isso? Uma empresa trouxe essa tecnologia, que foi empregada na China com sucesso. E eles atendem residências, empresas, escritórios, e eu fiz lá na igreja. Pouparia muita gente que anda em ônibus, metrô”.
Em outro ponto, o pastor protestou contra uma decisão do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que decidiu mudar a forma como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência é gerido no estado: “Há anos que o SAMU é gerido pelo Corpo de Bombeiros, e não tem custo sobressalente. Agora, com lei de licitação suspensa, foi contratada uma empresa por R$ 76 milhões. Já viu porque interessa manter quarentena?”, questionou.