“Profetismo” foi o termo usado pelo pastor Silas Malafaia para se referir a mensagens que vêm circulando nas redes sociais sobre o risco de o país mergulhar no caos diante do interesse de grupos políticos que teriam interesse em barrar o processo de expurgo da corrupção pelo qual o país vem passando.
O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) vem sofrendo pressão de integrantes do grupo político chamado “centrão”, no Poder Legislativo, assim como da grande mídia, que acusam a atual administração de não reunir condições de “articulação” política, colocando em risco as matérias de maior relevância para o país.
Ao mesmo tempo, diferentes setores da sociedade, atrelados a grupos políticos diversos, começam a ventilar a hipótese de levar adiante um processo de impeachment contra o presidente, ou forçá-lo à renúncia. No entanto, para o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), o momento exige da Igreja uma postura de firmeza, sem se abalar com alarmismos circunstanciais.
“Eu sou pentecostal, acredito em revelações, profecia e visão. Mas quero dar um alerta para o povo de Deus: nós temos que amadurecer e crescer”, exortou o pastor.
“Deixa eu dizer uma coisa para vocês: a eleição de Bolsonaro não tem, no aspecto lógico e humano, uma justificativa para esse cara ganhar a eleição. Rejeitado pela mídia, debochado, sem dinheiro, um partido inexpressivo, sem apoio de intelectuais, artistas… esse camarada ganha uma eleição. Resposta de anos de oração da Igreja”, afirmou Silas Malafaia, em um vídeo publicado na última segunda-feira, 20 de maio.
Malafaia destaca que é preciso manter a memória sobre o que já foi feito por Deus diante das súplicas do povo: “Será que nós esquecemos que afundaram esse país numa lama de corrupção e roubalheira, e que nós, a Igreja, estávamos orando por isso? A limpeza não vai acontecer, não. Tem gente profetizando coisa errada. A limpeza já começou. A partir de 2014 Deus levantou o juiz Moro, que nós nunca iríamos acreditar que gente poderosa, poderosíssima, iria para a cadeia”.
“Ex-presidente na cadeia. A limpeza não vai acontecer, não. Já está acontecendo desde 2014. É um processo. O que antecede a bênção e prosperidade? Crise. A crise não é final, é tempo de treinamento para a gente valorizar a bênção. É só você olhar para a história. Antes da chuva teve seca, fome, escassez. Vai ler o livro de I Reis 18”, acrescentou, reiterando seu conselho para que o povo de Deus permaneça firme.
Circunstância nenhuma, segundo o pastor, deve amedrontar os fiéis, pois a Igreja estabelecida por Deus já resistiu a circunstâncias adversas em outros momentos: “Eu não tenho medo do que possa acontecer, e não fico com profetismo para assustar a Igreja. Sabe por quê? Muita gente não entende isso: a Igreja de Jesus sempre será triunfante. No caos ou na bonança, prosperidade. A Igreja de Cristo não depende de governos, não depende de economia. Ela é Igreja de Jesus. Nós, como seres humanos, é que temos que estabelecer o Reino de Deus na terra, porque o Reino de Deus tem que estar nas ciências, nas artes, na economia, na política, na educação. Em todos os aspectos da vida”.
Em nova crítica às publicações sobre o futuro do país, definidas por ele como “profetismo”, o pastor enfatizou o papel da Igreja descrito nas Escrituras: “O que nós temos que fazer é o que já está na Bíblia, que não precisa nenhum profeta me alertar! Paulo diz em I Timóteo 2: ‘Antes de tudo, se façam orações, deprecações, súplicas pelos homens que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, porque isso é bom e agradável ao Senhor’. Esse é o nosso papel”.
“‘Ah, vai pegar fogo, vai arrebentar’. Se tiver que passar por isso, vamos passar. Mas aí na frente vai ter prosperidade, vai ter bênção, vai ter uma mudança nesse país, porque meu irmão, mudar o paradigma, o modelo e o padrão de uma nação que durante 14 anos foi mergulhada na corrupção não é uma coisa fácil. Por isso que o presidente Bolsonaro está sofrendo todo tipo de pressão. Mas isso não me assusta, e nenhum profetismo me assusta sobre o que possa acontecer porque há uma Igreja orando e Deus vai dar vitória”, disse, novamente reprovando o que definiu como “profetismo”.
Confira: