Um movimento entre diferentes lideranças evangélicas está se formando para ajudar a coletar as assinaturas necessárias para a criação do partido Aliança pelo Brasil. E o pastor Silas Malafaia, aliado do presidente Jair Bolsonaro, criticou a mobilização por entender que usar a Igreja para esse fim é uma “imoralidade”.
“Eu sou tremendamente contra qualquer tentativa de instrumentalizar a igreja para partidos políticos”, disse o pastor ao comentar a iniciativa do bispo Robson Rodovalho, presidente da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil, e do deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), pastor da Assembleia de Deus e presidente da Frente Parlamentar Evangélica, para coletar as assinaturas necessárias.
Bem ao seu estilo, o pastor diz que sua crítica é necessária para que se compreenda que o engajamento pessoal em apoio ao presidente não deve ser confundido com alinhamento da igreja – em seu caso, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) – com partidos políticos. “Ficam aí uns puxa-sacos querendo fazer graça para ganhar cartaz, gente que quer aparecer na mídia, então tem que arrumar uns negócios para aparecer”, afirmou, em entrevista ao portal Uol.
“Eu separo a igreja de questões políticas. Quem apoia sou eu, não a igreja. Eu é que apoio quem eu decido e quero apoiar, sem interesse, com base naquilo que acredito. Acho que esse não é um papel para a igreja, que não pode ser instrumento político de ninguém no que tange a partido. […] Os evangélicos como cidadãos, sim, podem apoiar, podem se inscrever, podem fazer parte do que eles quiserem. Mas na hora que se envolve a igreja não acho que esse é um bom caminho. E, na minha visão, também não acho que o Bolsonaro precisa disso”, argumentou Malafaia.
Assim como o pastor, muitos analistas acreditam que o presidente conta com amplo apoio popular para reunir as assinaturas para o Aliança pelo Brasil sem precisar de conchavos.
Em seguida, o pastor reiterou seu ponto de vista: “A Igreja é de Jesus, não apoia ninguém, quem apoia sou eu, quem apoia são as pessoas que pertencem à Igreja. Dizer ‘a Igreja tal vai apoiar’, acho uma imoralidade um pastor um líder evangélico dizer isso. Eu não apoio isso”, finalizou.