A palestra de Judith Butler, criadora da ideologia de gênero, terminou acontecendo em São Paulo e um grupo de manifestantes contrários às suas divagações a respeito de identidades contrárias à biologia protestou em frente ao prédio do SESC Pompeia, onde a palestra “Os Fins da Democracia” aconteceu.
No total, aproximadamente 70 pessoas foram ao local protestar na última terça-feira, 07 de novembro, embora uma parte desses manifestantes tenha ido expressar apoio à ideologia de gênero. A presença de Judith Butler no Brasil foi alvo de uma petição online que recolheu 369 mil assinaturas pedindo o cancelamento da palestra.
“Não podemos permitir que a promotora dessa ideologia nefasta promova em nosso país suas ideias absurdas, que têm por objetivo acelerar o processo de corrupção e fragmentação da sociedade”, dizia um trecho do texto da petição.
Na manifestação, os conservadores que foram ao local salientavam que defendiam a “tradição” e a “família”, e queimaram um boneco que representava uma bruxa com o rosto da palestrante. Uma faixa pedia manifestações dos motoristas que passavam pelo local: “Buzine em favor do casamento como Deus o fez: 1 homem + 1 mulher”.
Felipe Braga, 23 anos, concedeu entrevista ao portal UOL explicando sua postura: “Pouco importa se é a Judith Butler, porque ela poderia ser qualquer outra coisa”, disse. “Se eu visse a cara dela, também não ia bater nela na rua, mas o que a gente tem que sempre ter em mente, e ser extremamente contra, é que exista uma elite cultural, financeira, econômica e política que, através do seu poder aquisitivo e de influência sobre a mídia, impõe a sua agenda progressista sobre as pessoas”, comentou Braga.
“Eu, como pai de família, tenho pleno direito de defender que a minha filha seja heterossexual e educá-la assim ou como homossexual; é meu direito”, concluiu.
Desempregado, Washington Mendonça de Castilho, 31 anos, afirmou que “uma questão simples” o levava a discordar da ideologia de gênero: “As figuras de masculino e feminino são importantes até para os homossexuais, transexuais e outros. É através dali que eles tiram sua visão de mundo, se espelham naquelas figuras. Se você acabar com o masculino e o feminino, o que resta? Até a questão homossexual se perde. Essa esquerda que está aí está se perdendo em um discurso bancado por uma elite cultural, econômica e artística”, argumentou.
“Ela, Judith, é bancada por isso, tem conexões com a ONU e cresceu em uma sociedade extremamente liberal”, reforçou o manifestante.
Outra manifestante que foi ao local protestar contra Butler, dizendo que “a ideologia de gênero vem destruir os nossos valores”, também protestou contra o documentário Repense o Elogio, patrocinado pela Avon. Com um cartaz rosa, contrariou a ideia do filme com um texto simples, mas que mostra a resistência conservadora ao “progressismo”: “Viva as princesas do Brasil”.