A liberdade religiosa é um direito no Brasil, que constitucionalmente possui um regime de governo laico. Esse é o motivo pelo qual, assim como evangélicos organizam anualmente a Marcha para Jesus, adeptos de outras religiões também podem resolver criar a Marcha para Exu, como prendem este ano.
O organizador da marcha que faz referência a uma entidade cuja verdadeira natureza, para os cristãos, é demoníaca, acredita que pode apresentar outro entendimento a esse respeito durante o evento.
“Poderia ter escolhido outro orixá, mas quero mostrar para o mundo que Exu não é o diabo”, diz Jonathan Pires, de 31 anos e responsável pela organização da marcha. “Exu é vida, respeito, amor. Em nome de Exu, vou carregar toneladas de alimentos para quem precisa.”
Prevista para acontecer no próximo dia 13 na Avenida Paulista, a marcha para Exu visa reunir adeptos de religiões como o candomblé e a umbanda, além de simpatizantes. Contudo, logo após divulgar a iniciativa, Jonathan passou a ser boicotado por alguns dos devotos da sua própria religião.
Bolsonarista?
Isso, porque, um perfil divulgou nas redes sociais que Jonathan teria apoiado o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Pra quem tá animado para essa tal Marcha Para Exu, pesquise muito bem quem está organizando e seus seguidores. Aliás, essa postagem aqui ele apagou, por que será, né?”, criticou uma pessoa no Instagram.
Outro motivo das críticas se deve ao convite do Capitão Silva Rosa, que é umbandista, para participar da marcha para Exu. Ele também apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro durante o seu mandato e nas eleições.
Pires, por sua vez, negou qualquer apoio a Bolsonaro, argumentando ainda que o evento previsto para o dia 13 será apartidário.
“Não existe essa postagem, não tem nada a ver com a Marcha Para Exú. Acredito eu que você não encontrou uma publicação, você encontrou pessoas fazendo alvoroço com a minha imagem”, disse ele, segundo o Em OFF.
“Tão fazendo com o Lula, tão fazendo com o Bolsonaro. Estão tentando queimar de alguma maneira. Não tenho envolvimento político, minha palavra não faz curva. Povo quer de qualquer jeito tentar me desestabilizar.”