A ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade) surgiu como líder das pesquisas de intenção de voto para presidente em 2018, após a repercussão dos novos fatos da Operação Lava-Jato.
Os 2.794 entrevistados pelo Datafolha em 171 municípios de todo o país revelaram que estão atentos às citações do nome do senador mineiro Aécio Neves (PSDB) na delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT), e boa parte deles migrou sua intenção de voto para a assembleiana Marina Silva.
O levantamento atual mostrou que Aécio Neves caiu de 27% em dezembro do ano passado, para 19% agora. O ex-presidente Lula (PT) vinha se mantendo com 19% das intenções de voto, mas caiu para 17%. No mesmo período, Marina Silva – que nas duas últimas eleições presidenciais foi terceira colocada – saltou para 21%.
A fundadora do Rede Sustentabilidade é considerada neutra por muitos especialistas, e tem defendido a tese de que o processo de impeachment contra Dilma não tem razão de ser, pois não há provas contra ela. Essa postura não leva em consideração que o processo é baseado na Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe as manobras apelidadas de “pedaladas” para maquiar o orçamento do governo federal.
Por outro lado, numa entrevista à rádio Jovem Pan na última semana, Marina Silva criticou a nomeação de Lula para a Casa Civil, e afirmou que considera a decisão de Dilma um ato “paliativo” em meio a uma “crise sem precedentes”: “É como se o governo da presidente Dilma não caísse porque não tem para onde cair”, afirmou.
Em outros cenários, com Geraldo Alckmin (PSDB) substituindo Aécio, Marina Silva tem 24% das intenções de voto, enquanto Lula se mantém com 17% e o governador paulista tem 11%. Se o tucano candidato a presidente for o senador José Serra, os números são 23% para Marina, 17% para Lula e 13% para Serra.