A ex-ministra Marina Silva, que atualmente lidera a criação do partido Rede Sustentabilidade, concedeu recentemente uma entrevista na qual falou sobre as manifestações que eclodiram em todo o país, e também comentou sobre suas perspectivas políticas e sobre ser considerada uma líder evangélica na política.
A entrevista ocorreu em Teresina o Piauí, onde Marina esteve presente para debater questões ambientais do estado e sobre seu novo partido. Marina falou sobre a proposta da #Rede e as atuais manifestações que o Brasil enfrenta.
– Quanto aos jovens que fazem a mobilização contra o aumento da passagem de ônibus, a gente sabe que o que está em jogo não são os 20 centavos. Porque como diz o Victor Hugo “nada é mais potente que as ideias cujo tempo chegaram”, só que as ideias cujo tempo chegam, precisam de pessoas que se disponham a elas. Eu aprendi na minha região, que ideias são como as águas dos grandes rios, quando elas são represadas elas não ficam paradas elas viram pororocas, e agora nós temos uma grande pororoca das mobilizações, que tem uma causa específica. Os manifestantes não são espectadores da política – afirmou Marina.
Questionada sobre sua possível candidatura à presidência nas próximas eleições, ela afirma que esse não é seu foco imediato, e que pretende dar uma contribuição mais profunda à política nacional do que uma simples disputa eleitoral pelo poder.
– Estou focada na contribuição política, e não é uma perspectiva de curto prazo e simplesmente eleitoral, é uma contribuição para esse novo sujeito político. As eleições fazem parte e no momento certo nos vamos discutir essa questão, mas eu sou contra a antecipação das eleições. Parece que as pessoas não conseguem fazer um intervalo e estão viciadas em estar disputando o poder pelo poder. Esse é o momento de se discutir saúde, educação, saneamento, segurança – afirmou a líder da Rede.
Outro assunto sempre em pauta nas entrevistas de Marina é o fato de ser considerada uma líder evangélica na política. Ela afirma ser “contra a ideia de que se você é um deputado apenas de um segmento, ou senador de um segmento”.
– Nós vivemos em um estado laico. E um estado laico é para defender o direito e os interesses de todos os cidadãos – afirmou Marina ao Blog Gospel, do site Meio Norte.
– Cristãos são cidadãos, mas os ateus também são cidadãos. Então num estado laico a política é para defender o direito de todas as pessoas e a constituição já assegurou a liberdade religiosa para todas as pessoas, que é o que nos interessa no ponto de vista da democracia – completou, afirmando que não se pode criar “uma ideia de favorecimento a apenas algum grupo”.
Por Dan Martins, para o Gospel+