A comunidade cristã que vive na Índia, país onde a maioria da população segue o hinduísmo como religião, enfrenta algumas dificuldades quando o assunto é liberdade religiosa, especialmente nas regiões rurais, onde hindus radicais podem promover ataques em certas aldeias.
O hinduísmo é uma religião politeísta, ou seja, acredita em vários deuses, precisamente cerca de 330 milhões deles, assim como também acredita na reencarnação e evolução da alma, semelhantemente ao espiritismo kardecista.
No país, por exemplo, a vaca é considerada um animal sagrado, de modo que matar um desses animais para consumo humano pode significar uma afronta para os que seguem o hinduísmo, mesmo que a iniciativa tenha partido de quem não segue tal religião, como os cristãos.
Como resultado, um grupo de cristãos do distrito de Simdega, cerca de 145 km a sudoeste de Ranchi, foi atacado por radicais hindus após ser acusados de matar uma “vaca sagrada”. A informação foi repassada ao Ásia News por Sajan K George, presidente do Conselho Global dos Cristãos Indianos (Gcic).
Segundo o cristão Deepak Kullu, os agressores formaram um grupo de pelo menos 25 pessoais. Eles invadiram a aldeia de Mahato Tola com porretes de madeira. “Começaram a gritar e a nos acusar de matar uma vaca”, disseram as fontes.
Muito embora os cristãos tivessem a legalidade para abater o animal para consumo próprio, visto que não são hindus, eles disseram que não haviam matado nenhuma vaca naquela ocasião, mas os radicais não acreditaram e então arrastaram os cristãos para fora da aldeia, onde foram espancados em seguida.
“Os cristãos tribais são ocasionalmente atacados por grupos de ‘protetores de vacas’ afiliados à extrema direita, com falsas acusações e evidências especiosas de abate de animais”, disse Sajan K George.
Essas reações de intolerância também estão associadas à ascensão de partidos ultranacionalistas na Índia, os quais defendem a “pureza” do país diante dos costumes que eles consideram estrangeiros. Para saber mais, veja: “Mais de 10 famílias cristãs foram espancadas por radicais do hinduísmo na Índia“.