O funkeiro MC Livinho foi agredido por um passageiro de um voo que ia do Rio de Janeiro em direção a Brasília, após o pouso da aeronave. O tumulto aconteceu após o músico pedir aos passageiros que orassem o Pai Nosso durante o pouso.
O tumulto, registrado na tarde do último sábado, 02 de julho, foi acompanhado pela Polícia Federal.
De acordo com informações do G1, MC Livinho – nome artístico de Oliver Decesary Santos, 21 anos – usou, por conta própria, o interfone instalado na traseira do avião que serve para os comissários de bordo prestarem informações aos passageiros e pediu que os passageiros fizessem uma prece com ele, no momento que a aeronave se aproximava do aeroporto Juscelino Kubitschek.
“Senhoras e senhores passageiros, estamos iniciando o procedimento de descida. Por favor, rezem comigo: ‘Pai Nosso que estais no céu…’”, teria dito o músico no sistema de som, segundo testemunhas.
Um policial federal que estava no voo não gostou da brincadeira e interviu, pedindo que ele parasse. O comandante solicitou a presença da Polícia Federal do aeroporto “para garantir a segurança operacional e dos passageiros, seguindo a praxe do setor para esses casos”, segundo nota da companhia aérea.
Quando os policias chegaram, escoltaram MC Livinho e sua equipe para fora do avião. No entanto, antes do desembarque, um passageiro o agrediu com socos, que foram revidados. A PF interveio e impediu que a confusão continuasse.
Após deixar a aeronave, o funkeiro foi levado para a Superintendência da PF no aeroporto e assinou um termo circunstanciado, antes de ser liberado. MC Livinho irá responder por agressão, de acordo com informações da Polícia Federal.
Intolerância
Apesar da atitude impensada do músico ao fazer uma brincadeira durante o procedimento de pouso, o gesto de agressão do passageiro não foi esclarecido pela PF.
É possível que o passageiro o tenha agredido por um gesto de intolerância a uma expressão religiosa, comum a católicos e evangélicos: a oração do Pai Nosso. Cabe às investigações do inquérito esclarecerem esse ponto.
Recentemente, o prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), vetou uma lei de combate à cristofobia, alegando que o texto do projeto era um “desserviço à convivência pacífica com a pluralidade democrática”, e beirava a blasfêmia.