A Igreja Metodista Unida nos EUA está se desmanchando por conta de uma divisão interna. A segunda maior denominação do país viu, nos últimos anos, mais de 5 mil congregações votarem para abandonar a instituição devido a uma polêmica envolvendo a ordenação de homossexuais ao ministério e a celebração de uniões LGBT.
Dados recentes indicam que, na última sexta-feira, 09 de junho, o número de congregações que aprovaram a desfiliação da Igreja Metodista Unida (UMC, na sigla em inglês) chegou a 5.321.
Todo o problema se iniciou com a postura leniente da direção da denominação com as congregações que adotaram uma interpretação progressista das Escrituras, mesmo que o Livro de Disciplina da igreja seja ortodoxo quanto à doutrina que condena a prática homossexual.
Nas últimas décadas, adeptos do liberalismo teológico pressionaram para mudar a postura do Livro da Disciplina que proíbe a celebração de uniões entre pessoas do mesmo sexo e a ordenação de homossexuais não celibatários.
Muitas congregações, pastoreadas por sacerdotes adeptos do liberalismo teológico, passaram a ordenar homossexuais ao ministério pastoral e a celebrar uniões LGBT, enquanto a mudança pretendida não é aprovada.
Uma parte significativa das igrejas filiadas contestava essa postura, e a direção da UMC escolheu apostar que o tempo pacificasse a situação, com sucessivos adiamentos da votação de propostas que dificultariam esse tipo de prática.
Esse foi o estopim para que milhares de congregações se desfiliassem, com muitas delas apostando na fundação de uma nova denominação, a Igreja Metodista Global, de estatuto teologicamente conservador.
As lideranças da UMC adotam um discurso que sugere indiferença com a debandada: “Não podemos mais concentrar nossa atenção e dar energia àqueles que optaram por se retirar ou se desfiliar da Igreja Metodista Unida. Lamentamos a perda”, disse a bispa Tracy S. Malone em um discurso recente.
“Oramos por eles e os abençoamos em sua jornada. Devemos focar nossa atenção em quem permanece na Igreja Metodista Unida e manter nossos olhos sempre vigilantes em nossa missão e em nossa visão”, concluiu, de acordo com o portal The Christian Post.