Viver em um país como o Brasil, onde a liberdade religiosa é mantida e os cristãos podem se expressar livremente em casa, nas ruas e nos templos, é um privilégio tremendo que populações como a da República Democrática Popular do Laos, uma país localizado na Ásia, não possui.
A organização Portas Abertas, que auxilia os cristãos perseguidos em todo o mundo, testemunhou a história de Beun, um missionário de Laos que por razões de segurança não teve o seu nome verdadeiro revelado, mas cujo testemunho já chegou ao conhecimento de milhares de pessoas.
Cristãos como Beun arriscam sua vidas todos os dias para evangelizar. Isso, porque, o Evangelho de Cristo é visto como uma ameaça à ideologia que controla o sistema político do Laos, o comunismo.
Apenas um partido existe no país, o Partido Popular Revolucionário do Laos (LPRP), comandado pelo presidente Bounnhang Vorachith. Adotar uma fé como o cristianismo, portanto, que incentiva a liberdade de pensamento e iniciativa pessoal, é um desafio para os locais.
“Nós pregamos aos povos hmong, khmu, tai dam, entre alguns outros. Não sabemos se nossos planos darão certo, mas os submetemos a Deus. Nós vamos para onde ele nos envia”, disse Beun.
Atualmente ele lidera um grupo de 50 pessoas em uma igreja doméstica, mas precisou trilhar um longo caminho de superação por amor a Cristo para chegar onde está. Beun chegou a morar na floresta, escondido junto com outro parceiro de ministério que foi expulso da sua aldeia por ser cristão.
“Não achando nenhum outro lugar para morar, vivemos na floresta por dez anos, até que o chefe da tribo veio e nos chamou para voltar para a aldeia”, lembra Beun.
Finalmente, o missionário explica que muitos que se convertem não resistem ao contexto onde vivem e acabam se desviando do Evangelho, ou não se comprometem o suficiente. Todavia, os que realmente se entregam a Deus transformam completamente suas vidas.
“Quando se convertem verdadeiramente e entendem o cristianismo, as pessoas começam a compartilhar as boas novas, a fé delas permanece firme e nunca mais retornam para as antigas crenças, não importa quão difícil seja”, conclui o missionário.