A mudança no titular do Ministério da Justiça foi bem recebida pela ministra Damares Alves, que celebrou a nomeação do pastor André Luiz Mendonça para o cargo, substituindo Sérgio Moro, com quem a chefe do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos não tinha afinidade.
Mendonça, descrito pelo presidente Jair Bolsonaro durante a cerimônia de posse, como o segundo mais “terrivelmente evangélico” do governo, apenas atrás da própria Damares na percepção do mandatário, seria uma pessoa de relação mais acessível aos colegas.
A jornalista Constança Rezende, do portal Uol, ouviu de pessoas próximas à ministra que ela tinha uma relação fria com o ex-ministro Sergio Moro, enquanto já possui afinidade com o ministro Mendonça, que já atuava junto ao governo como advogado-geral da União.
Agora, a dupla evangélica da Esplanada dos Ministérios já traçam planos de ações conjuntas voltadas ao combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, assim como pretendem fortalecer medidas contra a violência doméstica.
Em seu discurso de posse no cargo, Mendonça destacou que estava à disposição dos colegas para atuar em conjunto e, dirigindo-se a Damares Alves, afirmou: “Vamos fazer operações conjuntas”.
Assim que possível, Damares Alves tem a intenção de apresentar um projeto de lei que prevê o agravamento de pena para crimes sexuais cometidos por líderes religiosos ou por pessoas próximas à vítima, como médicos e professores.
Essa proposta começou a ser ventilada em abril do ano passado, mas deve ganhar força com a chegada de Mendonça, já que segundo interlocutores, esse teria sido um dos pontos que causaram rusgas entre a ministra e Sergio Moro.
“Assessores lembram que Damares levou um grupo para se reunir com o ex-juiz para discutir o projeto, mas que este só o recebeu por alguns minutos. A situação teria deixado a ministra constrangida”, resumiu a jornalista Constança Rezende.