Um pastor, acusado de abusar sexualmente de uma menina de onze anos, está sob investigação e agora foi acusado por uma mulher adulta que alega ter sido abusada quando era criança, aos 8 anos de idade.
O pastor Antônio Carlos de Jesus Silva, que também é psicólogo, dirigia a Primeira Igreja Batista em Vila Kennedy (PIBVK), em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. Ele nega as acusações, mas em setembro ele foi afastado de suas funções, após a primeira denúncia se tornar pública.
A família de uma menina de 11 anos de idade procurou a Polícia para denuncia-lo por abusos que teriam ocorrido entre novembro de 2020 e abril deste ano, tanto no gabinete pastoral quanto no consultório mantido pelo pastor em um shopping da cidade, durante sessões de terapia.
Com a divulgação do caso, uma suposta segunda vítima procurou a Polícia para acusa-lo pelos mesmos crimes. A mulher afirmou que os abusos teriam ocorrido quando ela era uma criança, dentro da igreja.
Segundo informações do telejornal RJ2, da TV Globo, a mulher de 22 anos disse que não tinha coragem de fazer a denúncia: “Ninguém ia acreditar porque ele é um pastor, entendeu? E até mesmo a minha avó não iria acreditar, por ela ser da igreja e ter ele como um pastor, um pai. Porque a gente nunca vai acreditar que um pastor vai fazer isso com as pessoas da igreja”, resumiu.
A situação teria se estendido por pelo menos dois anos, acrescentou a mulher, que não teve sua identidade revelada: “Eu tinha oito anos de idade e fui vivenciando aquilo dentro da igreja, dentro do templo. Ele começou a passar a mão, colocar o pênis pra fora, ficava esfregando em mim, entendeu? E avisava pra mim para eu não falar com a minha avó, pedindo sigilo que se eu falasse, eu ia ver”, contou.
Essa situação teria se tornado recorrente: “Inúmeras vezes acontecia isso. Aonde ele me via, acontecia. Me levava para um local bem fechado, entendeu? E ali, ele fazia tudo”.
Mais vítimas
Um pedido de prisão preventiva foi feito pela delegada responsável pelo caso, Viviane da Costa, mas o Ministério Público entendeu que a medida não se faz necessária porque o acusado não fez ameaças às acusadoras e também é réu primário.
“Solicitamos que, caso haja outras vítimas, que elas não tenham medo e nem vergonha, e compareçam na delegacia para denunciar. Porque na prática verificamos que esse tipo de crime ocorre de forma reiterada, e que há mais de uma vitima”, afirmou a delegada.
O Ministério Público já ofereceu denúncia contra o pastor, mas a Justiça ainda não definiu se o processo correrá em uma Vara comum ou em uma Vara especializada em violência doméstica:
“A Justiça está no conflito negativo de competência. […] Estão discutindo de quem é a competência para processar o caso. A ponto de se levar para segunda instância no Tribunal de Justiça essa resolução”, explicou o advogado Carlos Nicodemos Oliveira Silva.