Você teria a disposição de evangelizar um dos homens mais poderosos militarmente do mundo, mesmo sabendo que poderá ser preso a qualquer momento? Ao que parece, Zhou Jinxia, uma chinesa evangélica apaixonada por Jesus Cristo, não liga a mínima para os riscos de pregar o evangelho no país onde cristãos são perseguidos e presos por sua fé.
A China não tolera a pregação do evangelho. Apenas igrejas consideradas “regulares” são autorizadas. Isto é, igrejas que se alinham com a ideologia do Partido Comunista Chinês. A grande maioria das igrejas cristãs no país atuam de forma clandestina, são as chamadas “igrejas subterrâneas”, por ficarem escondidas do governo comunista.
Na sexta-feira (16), Zhou Jinxia resolveu sair da província de Liaoning para ficar na frente dos jardins de Zhongnanhai, onde fica a sede do governo, em Pequim. Como não poderia se aproximar do Presidente chinês, ela preparou um cartaz, onde estava escrito: “Deus ama as pessoas do mundo e está chamando Xi Jinping”.
Na ocasião estava acontecendo o Congresso Nacional do Povo (NPC) e a intenção de Zhou era chamar atenção dos participantes para a existência de Deus e seu amor revelado em Cristo, tendo em vista que o ateísmo é o tipo de “crença oficial” adotada pelo Partido Comunista Chinês.
Zhou foi detida pela Delegacia de Polícia de Huanghe Street e presa no dia seguinte pela Secretaria Municipal de Segurança Pública de Dalian, já em sua cidade natal.
O que mais chama atenção no acontecido é a determinação de Zhou, porque essa não foi a primeira vez que ela tentou chamar atenção do Presidente chinês. Em 2006, em outro evento reunindo lideranças comunistas, ela também se deslocou para Zhongnanhai segurando outro cartaz, onde estava escrito:
“Deus ama as pessoas do mundo e está chamando Xi Jinping e sua esposa, Peng Liyuan. O ateísmo alimenta o pecado e provoca a queda do povo. O Reino dos Céus está próximo, você deveria se arrepender”, dizia o texto, segundo informações do China Aid.
Ela também foi presa na época por cometer um ato de “ordem social perturbadora”, mas foi liberada algum tempo depois. Com a aprovação de uma nova lei que torna ainda mais rígida a proibição de liberdade religiosa no país, em fevereiro desse ano, os cristãos chineses temem que dessa vez Zhou possa não ser liberada.