Localizada no continente africano e ocupando o 7° lugar no ranking de países que mais perseguem os cristãos no planeta, a Eritreia é um dos países controlados por um regime político-ideológico autoritário, através da figura do presidente Afwerki, um ex-combatente revolucionário que desde 1993 lidera o país e oprime cristãos.
Assim como na China, Coreia do Norte, Cuba e Vietnã, o cristianismo é visto na Eritreia como uma força capaz de ameaçar o poderio do autoritarismo local, visto que em sua doutrina o conceito de liberdade de pensamento, crença e iniciativa são características centrais, elementos esses incompatíveis com regimes ideológicos ditatoriais.
Por causa disso, desde o final de junho desse ano, cerca de 150 cristãos já foram presos em Asmara e Keren, a segunda maior cidade da Eritreia. Além disso, autoridades do país interditaram três hospitais, dois centros de saúde e 16 clínicas administrados pelos católicos.
“Privar a Igreja de cuidar dessas instituições é minar sua própria existência e expor seus trabalhadores à perseguição religiosa. Declaramos que não entregaremos nossas instituições e equipamentos de livre e espontânea vontade”, disseram os bispos na ocasião.
Mais recentemente, em 16 de agosto, seis funcionários do governo da Eritreia, todos cristãos, foram presos e obrigados a negar a fé em Jesus Cristo. Todavia, eles se mantiveram firmes. “Não vamos negociar a nossa fé e continuaremos seguindo a Jesus”, disseram eles, segundo informações da Portas Abertas.
Ainda segundo a organização missionária, “policiais realizam incursões contínuas em residências particulares onde devotos de religiões não reconhecidas, especialmente cristãos pentecostais, se reúnem para orações comunitárias”.
“As autoridades, de fato, exigem o controle total de todas as organizações de origem religiosa, como escolas particulares, clínicas médicas e orfanatos”, destaca a organização, que aproveita para pedir aos cristãos espalhados pelo mundo que orem pelos irmãos da Eritreia, a fim de que Deus conceda forças e sabedoria para lidar com a perseguição religiosa no país.