O extremismo muçulmano voltou à cargacontra os cristãos da Nigéria, com ataques do grupo fulani em aldeias do estado de Benue. Até agora, a conta de mortos está em 39 seguidores de Jesus.
Os ataques, simultâneos, foram realizados em várias aldeias do estado, sempre direcionados às comunidades cristãs. O mais marcante foi registrado nas regiões de Tse-Umenge, Mbakpase e Tse-Ali, quando 160 casas foram incendiadas na última terça-feira, 24 de abril.
Segundo informações da agência Morning Star News, uma moradora da região relatou que os extremistas usavam roupas camufladas e fuzis AK-47: “Os Fulani destruíram mais de 60 casas em nossa aldeia e três membros da minha comunidade também foram mortos durante o ataque”, afirmou Alice Terwase, moradora de Mbakpase.
“Na aldeia de Tse-Ali, mais de 70 casas foram incendiadas e 21 cristãos foram mortos. Todas as vítimas das comunidades afetadas são membros da Igreja NKST (Igreja Universal Reformada Cristã, ou Nongu u Kristu ui Ser Tar Tar) e da Igreja Católica Romana”, acrescentou Alice.
John Umenge, que vive em Tse-Umenge, relatou que os radicais incendiaram 50 casas em sua comunidade: “Mais de 15 cristãos foram mortos e 50 casas destruídas. Os ataques começaram por volta das onze da noite de terça-feira e duraram até as primeiras horas de hoje (quarta-feira)”.
Richard Nyajo, presidente de um conselho local, disse que os extremistas voltaram a atacar na quarta-feira, contra sete cristãos que haviam fugido do confronto e se refugiavam em uma igreja: “O ataque realizado pelos extremistas nas instalações da Igreja Africana em Mbamondo ocorreu por volta das 12h20. Sete aldeões cristãos que foram deslocados em ataques anteriores e estavam se refugiando nas instalações da igreja, foram mortos”.
Os fulani também incendiaram casas durante esse ataque, e o número total de mortos ainda está em aberto, já que em uma ação em outra região, Mbalom, 19 cristãos perderam a vida, incluindo dois padres católicos romanos que estavam conduzindo uma missa.
O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, referiu-se aos ataques como “particularmente desprezíveis”: “Violar um local de culto, matar padres e fiéis não é apenas vil, perverso e satânico, é claramente calculado para alimentar o conflito religioso e mergulhar nossas comunidades em derramamentos infinitos de sangue”, afirmou.
Buhari foi eleito com a promessa de apaziguar os conflitos religiosos e derrotar o grupo extremista Boko Haram. Agora, ele está diante de uma crescente inquietação popular, pois a ação dos extremistas fulani continua constante e cada vez mais violenta.
A Associação Cristã da Nigéria (CAN) convocou o “Domingo Nacional e Internacional do Protesto Cristão” para amanhã, 29 de abril. “O governo deve ser chamado a executar sua responsabilidade constitucional de proteger os cidadãos agora. Nenhuma desculpa deve ser dada para mais este ato perverso, e os perpetradores devem ser denunciados agora”, protestou o reverendo Samson Olasupo Ayokunle, presidente da CAN.