Uma forte mobilização policial foi empregada na interrupção de um culto que estava sendo transmitido a partir do templo da Assembleia de Deus Ministério Madureira em Curitiba (PR). Nove viaturas foram usadas para encerrar a celebração que envolvia apenas o pastor e os integrantes do ministério de louvor.
Policiais militares, guardas municipais e agentes da Superintendência de Trânsito (SETRAN) foram até o templo para responder a uma falsa denúncia de aglomeração. Quando chegaram ao local, as autoridades se depararam com uma igreja vazia, transmitindo o culto pelas plataformas de streaming.
O pastor da igreja, Davi Secundo, usou as redes sociais para denunciar a intimidação feita pelas autoridades: “Como se vê, estamos realizando o culto online, respeitando as diretrizes do decreto municipal e estadual, mas infelizmente é esse o momento em que estamos vivendo”, lamentou.
A postura autoritária, no entanto, não se dissipou após a constatação de que não havia aglomeração no local, e foram feitas ameaças de multa sobre os veículos estacionados nas vagas existentes em frente ao templo: “Não sei até onde vai isso, mas tenho certeza que Deus dará uma resposta de paz à nossa sociedade e à Igreja, ou continuará pesando a mão, estendendo Sua mão e deixando as pestes virem sobre esse mundo, porque só assim, infelizmente, alguns reconhecerão que só Deus é o Senhor”, comentou.
Num desabafo feito no Facebook, o pastor reprovou o desperdício de recursos do contribuinte ao mobilizar o aparato de força das autoridades de maneira desnecessária: “A razão é porque somos a Igreja de Cristo e como tal incomoda sensivelmente aqueles que não concorda [sic] com sua existência. […] Todo esse contingente fora destacado para tal atendimento. Um desperdício de contingente e dinheiro para um local que não representa qualquer ameaça ao contrário, reitero, é parceira do Estado Brasileiro”.
A psicóloga Marisa Lobo (Avante-PR), pré-candidata à prefeitura de Curitiba, comentou o episódio em suas redes sociais: “A igreja não é um fator de risco, igreja é serviço essencial. Independente do que está acontecendo a nível político, a igreja é sagrada, é inviolável o direito de culto, é inconstitucional simplesmente entrar em uma igreja cheio de policiais e fechar as portas”, criticou.