O pedido do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) de que a Polícia detivesse duas ativistas gays que se beijavam durante seu sermão no Glorifica Litoral, em São Sebastião, continua repercutindo na sociedade.
A última reação à postura do deputado presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) gerou uma nota de repúdio por parte da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Por meio da Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal, a OAB afirmou que “declarações como estas incitam o ódio e a intolerância e promovem a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero”.
Segundo a nota, a atitude das jovens não se caracteriza como ofensa ao culto: “E intolerável é o abuso de poder das autoridades policiais que cercaram, arrastaram e algemaram as jovens que se manifestavam contra o parlamentar, e que de modo algum podem ter sua conduta entendida como ofensa ao sentimento religioso, revelando-se totalmente descabida a tentativa de punir as manifestantes com base no art. 208 do Código Penal”.
A Comissão conclui sua crítica ao episódio repudiando as declarações do pastor e se comprometendo a promover a luta da militância gay: “Deste modo a Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil sente-se no dever de repudiar as declarações do deputado federal Marco Feliciano e o abuso de poder da Guarda Civil do Município de São Sebastião-SP, e expressar o compromisso inarredável da OAB com a luta pela promoção e defesa dos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis, e com a preservação do Estado democrático de direito e das liberdades constitucionais”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+