Um centro educacional comunitário da Igreja de Shengjia foi alvo de uma operação da Polícia chinesa, que prendeu o pastor Deng Yanxiang e três obreiros sob a acusação de “operações comerciais ilegais”.
A entidade China Aid, que monitora os casos de violação da liberdade religiosa no país comunista, afirmou que os quatro estão sendo mantidos presos no Centro de Detenção do Distrito de Foshan Nanhai.
De acordo com o comunicado, os cristãos foram presos no dia 24 de maio quando se preparavam para as atividades do dia. A blitz chamou atenção pela quantidade de policiais, agentes de segurança nacional, servidores públicos do departamento de assuntos religiosos e do escritório de gerenciamento comunitário.
Foi realizada uma busca minuciosa, com o confisco de todo o equipamento educacional. Depois que o pastor e os obreiros foram presos, os familiares foram informados da detenção provisória por 30 dias.
Entretanto, segundo informações do portal The Christian Post, o pastor e os obreiros não foram libertados após o fim do prazo legal, com as autoridades afirmando que se tratam de suspeitos de “operações comerciais ilegais”.
Um dos detidos, chamado Zhu Longjiang, tem pais doentes que precisam de cuidados constantes. Sua esposa, conhecida como “Little Hu”, compartilhou um relato angustiante da situação: “Oramos por justiça e esperamos que o Departamento de Segurança Pública do Distrito de Foshan, na província de Guangdong, liberte meu marido em breve para que ele possa servir a seus pais!”.
Wang Weicai, outro membro preso, também sente muita falta de sua esposa. Ela questionou abertamente as acusações, observando a devoção inflexível de seu marido à sua fé.
A quarta pessoa presa é Zhu Qiaoling, conhecida por sua hospitalidade e liderança de um trabalho de assistência social para cristãos necessitados por meio do grupo online da igreja.
A Igreja Shengjia emitiu um comunicado pedindo a libertação imediata de seus membros: “Eles são inocentes. Eles são pessoas gentis, amorosas e honestas. Eles participam ativamente do culto público. Eles são muito respeitados entre colegas e vizinhos. Eles têm uma reputação muito boa. A aplicação da lei impôs um enorme dano social ao prender pessoas sem discernir entre o bem e o mal”.
Essas prisões marcam a mais recente escalada na repressão contínua da China a grupos cristãos, que se intensificou sob o regime do primeiro-ministro Xi Jinping. De acordo com a Missão Portas Abertas, outros países estão cada vez mais imitando a abordagem rígida da China em relação à religião.
“A China está tentando não apenas dominar a agenda internacional, mas também reinterpretar os direitos humanos existentes (e criar novos)”, alertou o documento da entidade, que aponta para países como Sri Lanka, Mianmar, Malásia e vários estados da Ásia Central, incluindo Azerbaijão, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Uzbequistão e Rússia, como seguindo o “caminho autoritário” do país comunista.