A perseguição religiosa aos cristãos que vivem na República Democrática do Congo tem causado preocupação nas autoridades religiosas cristãs, e não por acaso. No mês passado, por exemplo, uma clínica cristã foi atacada e pacientes acabaram morrendo queimados.
Segundo informações da organização Portas Abertas, a clínica foi incendiada por extremistas do grupo islâmico Aliança das Forças Democráticas (ADF-NALU, sigla em inglês).
O ataque ocorreu no dia 7 de julho, por volta das 22h40. Os extremistas demonstraram total indiferença em relação à vida dos pacientes da clínica. Segundo uma enfermeira, o Ministério da Saúde local informou a morte de 13 pessoas, queimadas.
Perseguição
A clínica atacada é mantida pela Igreja Comunidade Cristã na África Central (CECA, na sigla em inglês), o que reforça a suspeita de que o atentado foi mais um ato de perseguição religiosa contra os cristãos.
Ocupando a 40° posição no ranking dos 50 países que mais perseguem os cristãos no mundo, segundo levantamento da Portas Abertas, o Congo tem sido palco de atentados reiterados promovidos pelo grupo islâmico extremista ADF-NALU.
“Em um distrito no Leste do país, há apenas quatro igrejas evangélicas remanescentes das 24 que uma vez estiveram ativas”, diz a Portas Abertas, explicando que mesmo havendo uma relativa tranquilidade em outras regiões, os ataques que ocorrem são sempre marcados pela violência.
“Enquanto a perseguição é relativamente baixa em outras esferas da vida, os altos níveis de violência são o principal motivo para a RDC [Congo] estar no Top50 da Lista Mundial da Perseguição 2022”, diz a entidade.
Também segundo a organização, os cristãos e outras minorias sofrem pressão das autoridades governamentais, por se posicionarem contra a corrupção no país. Ou seja, a perseguição não é só religiosa, mas também política.
Contudo, o principal motivo de sofrimento tem sido a “perseguição violenta de militantes islâmicos particularmente ativos na parte leste do país”, conclui a Portas Abertas.