Ter uma filha “trans” para algumas pessoas pode ser apenas a consequência de uma suposta descoberta, ou herança, que em nada afetará a perspectiva em relação à sua vida. No caso de pais cristãos, contudo, tal possiblidade costuma envolver problemas complexos, pois também diz respeito ao propósito de Deus para o ser humano.
Os pais Eva e Seth, cujos nomes verdadeiros foram omitidos por motivos de privacidade, compartilharam a experiência que tiveram com a filha trans, Gracie, sobre quem o GospelMais já noticiou a respeito em outra matéria, onde a jovem faz acusações contra a sua escola.
Gracie contou aos pais que se acreditava ser trans, quando tinha 12 anos, por meio de uma mensagem. “Mamãe e papai, preciso dizer que não sou realmente uma garota”, escreveu a jovem. Sua mãe disse que a notícia lhe tirou o fôlego: “Eu mal conseguia respirar.”
Como Gracie nasceu e cresceu em uma família onde os papéis do homem e da mulher são definidos, e não houve, sendo eles, disfunções afetivas na relação com a filha, os pais cristãos se questionaram se haviam errado em alguma coisa na formação da jovem.
Contudo, mediante os relatos da própria filha e dos seus professores no seu colégio, os pais começaram a perceber que Gracie, na verdade, estava sendo influenciada ideologicamente, após ter dado sinais de que se via insatisfeita com a sua autoimagem, algo até comum durante a adolescência.
“Eu fui convidada para grupos onde tudo o que eles queriam era falar sobre coisas transgênero. Ao longo de alguns meses, acabei decidindo que eu era um menino”, contou a filha.
Abordagem dos pais
Os pais de Gracie confirmaram os relatos de manipulação psicológica da filha quando foram buscar esclarecimentos na escola. Eva, que é psicóloga, relatou o que ouviu ao questionar um orientador e pediatra escolar: “Todos eles diziam que eu deveria concordar, para que ela não cometesse suicídio.”
A filha que até então acreditava ser trans, lembrou que a partir do momento em que se “assumiu”, adotando um pronome masculino, passou a ser tratada como alguém especial na escola, chegando a ser cumprimentada e incentivada, algo que para qualquer jovem é desejado em termos de valorização social.
Gracie contou que chegou a fazer parte de um clube específico para discussões sobre LGBT+, tudo na escola. “As pessoas estavam tão obcecadas com a vitimização”, disse ela, segundo o The Gospel Coalition.
Os pais cristãos da jovem, contudo, buscaram ajuda. Primeiramente, eles disseram que acolheram a filha com amor e compreensão, buscando entender o que estaria por trás da mudança repentina de pensamento da adolescente.
“A igreja nos ajudou a encontrar um terapeuta, o que foi enorme”, disse Eva, ponderando que, apesar da ajuda inicial, praticamente ninguém soube lidar com a situação. “Me senti principalmente abandonada e ignorada.”
Como são cristãos, Eva e Seth tiveram um diálogo franco sobre o que estava acontecendo, onde puseram os seus valores e convicções à prova.
“Meu marido e eu conversamos sobre isso. O que sabemos sobre Deus? Sabemos que ele nos criou homem e mulher. Existem verdadeiros transgêneros? Bem, se houvessem, eles estariam na Bíblia”, lembra Eva.
“E os eunucos? Jesus certamente está ciente do quebrantamento do corpo – ele reconhece as pessoas nascidas como eunucos em Mateus 19:12 – mas dois sexos distintos são seu bom desígnio. Então, se acreditamos que Deus é soberano e não comete erros, o que isso significa para nós?”
Os pais também revelaram que a filha foi fortemente influenciada pelas redes sociais, além da própria escola, classificando isso como uma das piores coisas. Isto é, “dar a Grace as redes sociais”, assim como “deixá-la ficar na escola pública mais um ano.”
Ensino domiciliar
Para conseguir vencer a doutrinação ideológica na escola da filha até então “trans”, os pais de Gracie tiraram ela do ensino público e passaram a adotar o ensino domiciliar, ou homeeschooling.
“Eu disse ao diretor que não queria minha filha autista de 13 anos no banheiro com meninos”, disse Eva. “Ele disse: ‘Essa é a nossa política. Todo mundo pode usar o banheiro que quiser. E pensei, não posso proteger minha filha na escola’”.
Felizmente, a decisão dos cristãos foi acertada. Sob orientação constante dos pais, com a ajuda da igreja e cada vez mais consciente da doutrinação ideológica feroz a que estava sendo submetida, Gracie passou a se enxergar como Deus a criou, até que aos 15 anos se viu psicologicamente em conformidade com a sua verdadeira identidade sexual, a feminina!
Hoje, a filha do casal de cristãos está segura de si. “Há muitas falácias nisso para sequer pensar nisso como uma opção lógica viável. Então eu nunca me afastei de Deus, mas me levei a acreditar que Deus me fez um homem, mas o quebrantamento do mundo me fez estar no corpo de uma menina”, contou, concluindo que “a lógica me levou à oração, e a oração me trouxe de volta”.
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