O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel da parte dos Estados Unidos funcionou para revitalizar o interesse público por um vídeo que circula nas redes sociais, mostrando o depoimento de um palestino durante um encontro do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, em que ele denuncia a hipocrisia das nações árabes e dos próprios representantes da Autoridade Palestina.
O depoimento de Mosab Hassan Yousef em uma reunião da UN Watch (entidade não-governamental sediada em Genebra, na Suíça, ligada à Organização das Nações Unidas) sobre a situação dos Direitos Humanos na Palestina deixou uma série de delegados representantes de países árabes e de outras nações aliadas, como a Venezuela, por exemplo, atônitos.
A reunião aconteceu no último dia 25 de setembro de 2017, e o ambiente articulado pelos países árabes, que pretendiam votar uma resolução contra Israel, terminou por ser contrariado. Yousef é palestino, filho de um dos fundadores do Hamas (organização terrorista que se transformou em partido político) e hoje é convertido ao Evangelho.
Em 2010, ele publicou um livro em que conta seu testemunho de conversão e suas histórias de vida como militante do Hamas e agente duplo a serviço da Inteligência de Israel. Na ocasião, chocou ao mundo ao revelar detalhes da crueldade que os militantes palestinos cometiam contra seu próprio povo.
Agora, o vídeo com suas declarações na reunião da UN Watch e a reação de perplexidade dos representantes árabes em um ambiente em que, supostamente, não haveria oposição, voltou a circular com força nas redes sociais por conta do estardalhaço feito pela grande mídia em torno do reconhecimento do presidente Donald Trump de Jerusalém como capital de Israel.
“Tomo a palavra em nome da UN Watch. Meu nome é Mosab Hassan Yousef. Cresci em Ramallah como membro do Hamas. Dirijo as minhas palavras à Autoridade Palestina, que afirma ser o ‘único representante legítimo’ do povo palestino. Pergunto: de onde vem sua legitimidade? O povo palestino não os escolheu, e eles não os nomearam para representá-los. Vocês são autonomeados”, afirmou Yousef.
“Sua responsabilidade não é com o seu próprio povo. Isso é evidenciado por sua violação total de seus direitos humanos. Na verdade, o indivíduo palestino e seu desenvolvimento humano são sua menor preocupação. Vocês sequestram estudantes palestinos nos campus [das universidades] e os torturam em suas prisões. Vocês torturam seus rivais políticos. O sofrimento do povo palestino é o resultado de seus interesses políticos egoístas. Vocês são o maior inimigo do povo palestino”, atacou.
O palestino – que hoje vive nos Estados Unidos – foi além, afirmando que a Autoridade Palestina fabrica fatos para que seus representantes permaneçam no poder. Muitos analistas políticos já produziram artigos com observações no mesmo sentido, afirmando que nos bastidores da diplomacia internacional fala-se abertamente sobre a ausência de intenção, da parte dos palestinos, em assinar um acordo de paz com Israel, de forma a eternizar o conflito e justificar a existência de uma militância.
“Se Israel não existisse, vocês não teriam a quem culpar. Assumam a responsabilidade pelo resultado de suas próprias ações. Vocês ventilam as chamas do conflito para manter seu poder abusivo. Finalmente, vocês usam essa plataforma para enganar a comunidade internacional e confundir a sociedade palestina, [para fazer] acreditarem que Israel é responsável pelos problemas que vocês criam”, concluiu Yousef, diante de olhares perplexos dos representantes de países opositores a Israel.
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