Após ser eleito a personalidade do ano pela conceituada revista Time, o papa Francisco recebeu outra nomeação semelhante da revista The Advocate no dia em que completou 77 anos.
A revista, voltada ao público homossexual, justificou a indicação do pontífice católico porque sua postura demonstra uma “profunda mudança na retórica [anti-gay] em relação a seus predecessores”.
No texto da publicação, os editores ressaltam que mesmo que o papa se mantenha contra a homossexualidade, sua postura já ficou marcada por “algumas das mais encorajadoras palavras que um pontífice já disse sobre gays e lésbicas”.
Os elogios às palavras do papa feitos pela revista são uma menção ao discurso feito por ele em julho, quando disse que “se uma pessoa é gay e procura Deus com boa vontade, quem sou eu para julgar?”.
A publicação, que circula há 46 anos defendendo interesses da comunidade homossexual, frisa que ninguém deve “subestimar a capacidade de qualquer papa de convencer corações e mentes na abertura para pessoas LGBT”.
Entretanto, segundo o Huffington Post, a revista destacou que antes de ser papa, o cardeal Jorge Mario Bergoglio já havia feito fortes críticas à agenda LGBT, dizendo que o casamento gay era “um ataque destrutivo sobre o plano de Deus”, além de afirmar que a adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo era uma forma de discriminação contra as crianças.
O Vaticano, à época da declaração do papa, disse que suas palavras demonstravam a receptividade da Igreja a todas as pessoas, mas não mudava a doutrina católica de reprovar a prática homossexual.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+