O mundo inteiro já conhece o ambiente de perseguição religiosa na China, país controlado pelo Partido Comunista Chinês, mas vários relatos são feitos por entidades internacionais. Dessa vez, uma carta divulgada por um pastor chinês apresenta o testemunho de quem vive no país e enxerga com os próprios olhos o sofrimento dos cristãos.
Shen Xianfeng divulgou a carta no dia 30 de agosto, após visitar igrejas de Xinyang, Tongbai, Tanghe e Nanyang, na província de Henan, na China. “Todas essas igrejas foram atacadas seriamente”, escreveu o pastor, destacando que o Governo utiliza mecanismos políticos contra os cristãos.
Ou seja, se trata de uma perseguição religiosa sistêmica, institucionalizada, promovida pelo próprio Governo chinês, o que é mais grave, visto que a China alega internacionalmente garantir a “liberdade religiosa” em seu país, o que não acontece, de fato.
“Todos os tipos de forças oficiais, desde a segurança pública, unidades policiais armadas, oficiais de alta patente ou de baixo escalão dos níveis da província, condado e vila, saíram para ameaçar, prender, derrubar e fechar igrejas domésticas”, continua o pastor Xianfeng.
Igrejas domésticas são congregações que na sua maioria funcionam em casas, galpões e outros espaços não autorizados pelo Partido Comunista Chinês, sendo consideradas “clandestinas”.
Essa, no entanto, é a realidade de milhões de cristãos e igrejas chinesas, já que para funcionar “legalmente” eles teriam que declarar fidelidade à ideologia do regime comunista, assim como funcionar apenas em prédios controlados pelo Governo, o que não é o caso.
O pastor Xianfeng demonstra ter ficado chocado com o que viu e questiona o objetivo das autoridades, ressaltando que a China está promovendo uma espécie de guerra interna contra os cristãos. “Meu coração está doendo e estou triste. Estou chorando muito”, destaca o líder, segundo a ChinaAid.
“O que não consigo entender dia e noite é o seguinte: será que essas autoridades realmente querem que a guerra seja interior e exterior? Combater a guerra comercial exterior com os EUA e combater a guerra interior com cristãos amáveis e vulneráveis? O que eles estão pensando? Qual é o propósito deles?”, escreve Xianfeng.
Por fim, o pastor conclui que na China há muitos problemas administrativos, mas que ao invés de solucionar questões realmente importantes e necessárias para o povo, as autoridades “estão interessadas em usar mecanismos políticos para se tornarem inimigas dos cristãos”.