Um pastor que levou uma cobra a um culto, numa demonstração bizarra de sincretismo religioso e sensacionalismo, se tornou notícia ao redor do mundo após imagens da reunião terem sido compartilhadas por um fiel nas redes sociais.
O registro do uso das cobras na reunião parece ter sido feito de maneira oficial pela denominação pentecostal Rabboni Centre Ministries, já que as imagens trazem a logomarca da igreja – que atua na África – no rodapé. O caso foi registrado pela imprensa meses atrás, e agora voltou a repercutir.
O usuário do Twitter que compartilhou as fotos expressou também sua reprovação à prática: “Eu não estou julgando, mas isso não é um pastor. Eu realmente não tenho um nome para ele, mas [me surpreende que] as pessoas ainda participem de tais cultos”, afirmou o internauta, identificado apenas como Zwide.
As fotos mostram o pastor Lesego Daniel segurando a cobra junto ao púlpito, e numa delas, uma fiel é segurada por obreiros enquanto o pastor coloca a cobra contra ela. Na imagem, obtém-se a impressão de que a fiel tenta se afastar da cobra.
I’m not judging but this is not a Pastor, I really don’t have a name for him but people still attend such services pic.twitter.com/kSKtbin04Z
— Zwide (@HopeWellEy) 4 de fevereiro de 2019
“Pastores” excêntricos
Esse não é o primeiro caso de um pastor usando uma cobra durante um culto na África do Sul. Na cidade de Pretória, em julho de 2015, um pastor neopentecostal virou manchete ao dar cobras vivas para os fiéis engolirem, e os convenceu dizendo que elas tinham sabor de chocolate.
O líder religioso, autodeclarado “profeta” Penuel, é adepto de uma linha doutrinária que defende a “transformação divina”. Alguns dos fiéis que se prestaram a engolir cobras vivas disseram que o sabor das serpentes era o melhor chocolate já experimentado por eles: “Eu fiz e senti o gosto do chocolate. Era diferente, mas o gosto era bom”, comentou um fiel na página da igreja End Times Disciples Ministries no Facebook.
“Eu não estava seguro na primeira vez, mas quando mordi a cobra percebi que era o melhor chocolate que eu havia comido”, afirmou outro frequentador da comunidade religiosa.
Essa não foi a primeira polêmica que Penuel atraiu para si. Meses antes, a imprensa da África do Sul deu intensa cobertura a um ritual proposto por ele aos fiéis: ficarem nus para que ele pudesse sentar sobre seus corpos e orar.
Grama
Essa extravagância parece ter sido inspirada em outra invencionice do polêmico neopentecostal Lesego Daniel, fundador do Rabboni Centre Ministries.
Daniel pediu, em janeiro de 2014, que os frequentadores da igreja que fossem ao lado de fora do templo e comessem grama, pois isso “os levaria para mais perto de Deus”. De acordo com o jornal Daily Mail, o pastor foi obedecido por vários fiéis. “Sim, nós comemos grama e somos orgulhosos disso, porque isso demonstra que, com o poder de Deus, podemos fazer qualquer coisa”, disse à época a estudante de direito Rosemary Phetha, 21 anos.