A infeliz afirmação de que a igreja evangélica deveria pedir perdão ao ex-presidente Lula (PT) repercutiu de forma amplamente negativa para o pastor Sérgio Dusilek, que decidiu renunciar ao cargo de presidente da Convenção Batista Carioca.
A declaração foi dada durante um evento organizado pela coordenação dos evangélicos do PT em São Gonçalo (RJ) na última sexta-feira, 09 de setembro. Houve reação imediata nas redes sociais, mas também um posicionamento oficial da Convenção Batista Brasileira na última segunda-feira, 12 de setembro.
“Declaramos a nossa total estranheza e desaprovação a manifestação do pastor Sergio Ricardo Gonçalves Dusilek, presidente da Convenção Batista Carioca, nesta sexta-feira (9/9), em evento político partidário na cidade de São Gonçalo (RJ). […] Reafirmamos que, como instituição, não declaramos apoio a nenhum candidato a cargo público ou partido político”, diz trecho da nota oficial da CBB.
Dusilek, na última terça-feira, 13 de setembro, concedeu entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, queixando-se da reação das pessoas que discordam de sua afirmação de que “a igreja tem que pedir perdão ao presidente Lula”.
“Estou sofrendo ataques e sendo alvo de uma política de cancelamento. Decidi renunciar para não prejudicar os trabalhos da convenção”, declarou Dusilek à Folha.
O pastor classificou como ataques as críticas e discordâncias que foram feitas a ele por conta de sua declaração contundente. Um dos primeiros a rebater a afirmação de que Lula teria sofrido “injustiça” foi o pastor Renato Vargens:
“Como alguém que se diz cristão pode defender o indefensável? Lula foi condenado em duas instâncias pela justiça. Seus crimes foram amplamente provados, portanto, como pode o presidente da confederação Batista Carioca dizer que o clero precisa pedir perdão ao maior ladrão da República? Não meu caro. Não dá pra fazer vista grossa a corrupção do PT e seus asseclas. Corrupção destrói e mata e o que o PT fez foi saquear o erário em prol de um projeto de poder”, criticou.