A República Quirguiz, ou simplesmente Quirguistão, como é mais conhecido, é um país localizado na Ásia Central, ex-integrante da extinta União Soviética. Apesar de não possuir nenhuma crença oficialmente reconhecida pelo Estado, o islamismo é considerado a religião mais “tradicional” do país.
Devido a isso, o radicalismo islâmico tem crescido no Quirguistão, especialmente através do que chamamos de perseguição religiosa institucionalizada, ou sistêmica. Isto é, quando ela parte de organizações públicas e privadas, como escolas, faculdades, delegacias, autoridades do governo e veículos de imprensa.
Um exemplo disso é o caso do pastor Miran, que até hoje luta contra uma falsa acusação de pedofilia feita por uma autoridade muçulmana da sua região. Isso, porque, ele lidera uma congregação onde a maioria dos membros são ex-muçulmanos, e ela tem crescido através do trabalho missionário do pastor.
Um grupo de muçulmanos chegou a invadir o templo da igreja durante um dos cultos, alegando que eles não tinham autorização de continuar funcionando no local, apesar de nada impedir a atividade religiosa dos cristãos.
Os invasores só foram embora porque ficaram intimidados quando os membros da igreja resolveram fazer vídeos com os próprios celulares, no momento da invasão. Eles ficaram com medo de serem acusados criminalmente, mas isso não impediu que continuassem fazendo novas ameaças, dizendo que iriam fechar a igreja.
Reação do Governo contra o radicalismo muçulmano
Preocupado com o avanço da intolerância religiosa, o Governo decidiu fazer um levantamento das lideranças muçulmanas no país que ocupam cargos de docência nas escolas. Segundo informações da Ásia News, citada pela organização Portas Abertas, o resultado foi chocante:
“Mais de 90% dos líderes e cerca de 50% dos professores e diretores das escolas islâmicas sequer possui certificados, ou seja, a maioria não tem nível superior secular e nem religioso para atuar na educação”, diz o relatório.
“Agora o governo vai aumentar o controle sobre as escolas islâmicas, que são usadas para a propaganda radical dos grupos islâmicos extremistas”, destacou outra agência de notícia, a Free Europe, acrescentando que apesar disso, os cristãos devem sentir a reação contra essas medidas:
“Os efeitos colaterais do remédio receitado pelo governo, para conter o radicalismo, com certeza serão sentidos pelos cristãos, que não escaparão das restrições”.