Meses depois de ser acusado de racismo, o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) foi definido como relator do projeto que define cotas para negros em cargos públicos.
O projeto, enviado com pedido de urgência pela presidente Dilma Rousseff, será analisado e votado na Comissão dos Direitos Humanos e Minorias (CDHM), presidida pelo próprio Feliciano.
Dizendo-se favorável ao projeto, Feliciano ressaltou sua ascendência negra e avisou que pode propor que o percentual proposto originalmente, de 20%, seja ampliado.
“Dessa vez, estou junto com o governo. O projeto é meritório e veio em boa hora. Sou descendente de negros, meu pai é negro e minha mãe mestiça. Já viu a foto deles? E conheço essa realidade. Há um atraso social no país. Um atraso de 300 anos, tempo que durou a escravidão. Digo que, dessa vez, o governo socialista da presidente Dilma acertou. Parabéns para ela”, declarou o pastor, em entrevista ao jornal O Globo.
Sobre a ideia de que a cota seja ampliada, Feliciano confirmou que fará uma proposta mais ampla em seu relatório: “A tendência é aumentar. Defendo que essas cotas sejam estendidas aos cargos comissionados dos três poderes”, disse. Enquanto é analisado na CDHM, o projeto tramitará simultaneamente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para que seja enviado ao plenário o quanto antes.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+