A perseguição religiosa aos cristãos não está mais concentrada apenas nos países controlados por regimes autoritários. Na Dinamarca, um país considerado de primeiro mundo por seus índices de desenvolvimento econômico e social, um pastor evangélico precisou fugir com a sua família, após sofrer várias acusações infundadas.
Torben Sondergaard é o fundador da “Última Reforma”, um ministério que propõe a pregação do Evangelho e vivência cristã conforme o descrito pelo livro de Atos, na Bíblia. Através desse trabalho, cerca de 30 países já receberam treinamento ministerial baseado em sua linha teológica.
No Brasil, o site da Última Reforma explica que a intenção do ministério “é mostrar como deve ser a vida real de um discípulo de Jesus, à luz da Bíblia. É claro que faz parte dessa vida pregar o evangelho, curar doentes, expulsar demônios e fazer discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
Contudo, “a vida cristã também pressupõe perseguições, renúncia, frustrações. É negar-se a si mesmo e tomar a sua Cruz para seguir após o Mestre!”, diz o site, confirmando o que o pastor Sondergaard vem sofrendo.
Acusações de charlatanismo
Desde 2016 os centros de treinamento da Última Reforma vem sendo investigado pelo governo da Dinamarca, mas sem encontrar qualquer irregularidade. No ano passado, o pastor foi denunciado por adotar o ensino domiciliar para seus filhos. Por causa disso, eles foram obrigados a se matricular em uma escola tradicional.
Não satisfeitos, a TV dinamarquesa resolveu fazer uma reportagem sobre a vida do pastor Sondergaard, mas o que parecia bom, na verdade, se tornou um pesadelo, pois dois jornalistas disfarçados se envolveram com a família, a fim de participar dos treinamentos bíblicos. Após isso a TV publicou um documentário acusando o pastor de charlatanismo.
O pastor foi retratado no documentário como mentiroso, agressor de crianças e mentalmente instável por curas e “exorcismos”. “Quando vi que estava assim, pensei ‘acabou, ninguém nunca mais confiará em mim'”, disse o pastor, segundo informações da CBN News.
A partir de então, o pastor ficou ameaçado de perder a guarda dos seus filhos. Os amigos, irmãos em Cristo e familiares disseram para eles saírem do país. “Trabalho no ministério há 18 anos. Nunca tive problemas, nunca tive queixas. Quando esses programas começaram, isso mudou toda a atmosfera da Dinamarca. Isso não vai parar”, disse o pastor.
“Tivemos pessoas que nos ligavam e diziam: ‘Você tem que sair da Dinamarca agora porque não vão parar’ e ‘Eles querem pegar você’. Então, compramos passagens para a América. Dois dias depois, fizemos oito malas e saímos com nossos filhos para a América”, completou Sondergaard.
Atualmente, o pastor Sondergaard e sua família vivem nos Estados Unidos, onde dão continuidade ao trabalho missionário, enquanto aguardam a confirmação do pedido de asilo. O Conselho de Imprensa da Dinamarca decidiu que o pastor foi enganado pelos jornalistas que fizeram o documentário, mas nenhuma medida concreta para desfazer as acusações contra o pastor foi tomada.