A perseguição contra pastores no Irã continua a todo vapor, na esteira dos casos de extremismo de muçulmanos que vem sendo registrados nos demais países da região.
O pastor Matthias Haghnejad foi preso recentemente depois que forças de segurança do país invadiram a sua casa e confiscaram livros e outros materiais de conteúdo cristão. A entidade Christian Solidarity Worldwide (CSW) noticiou que as forças policiais o acusaram de ter cometido “moharabeh”, que pode ser traduzido como “crimes contra Deus”.
Matthias agora enfrenta um processo que pode resultar na pena de morte, apesar da legislação vigente no país não permitir a execução nestes casos. “Estas acusações constituem em um preocupante aumento da campanha do Irã contra os cristãos, acrescentando um novo esquema sinistro do regime de violações a liberdade religiosa”, comentou Mervyn Thomas, presidente executivo da CSW.
Para Thomas, é possível que o pastor Matthias Haghnejad seja mais uma vítima das irregularidades cometidas pelas autoridades iranianas: “O fato de que o Irã continua cometendo graves violações dos direitos humanos, incluindo as execuções sem o devido processo e acusações vagas, buscando ao mesmo tempo melhorar suas relações com outras nações, é um assunto de máxima preocupação”, lamentou.
Para o representante da CSW, os demais países deveriam interferir no que vem acontecendo naquele país: “A comunidade internacional deve insistir em melhorias visíveis e consistentes em matéria de direitos humanos, e em defesa dos direitos previstos nas convenções internacionais das quais o Irã é signatário, como pontos de referência para melhorar as relações bilaterais e multilaterais”.
De acordo com informações da CSW, o código penal Islâmico que passou a vigorar em 2013 proíbe a pena de morte nos casos de crimes classificados como “contra Deus”. Porém, somente em 2014, oito detentos acusados de “moharabeh” foram executados, incluindo os ativistas iranianos em questões culturais Hashem Shaabani e Hadi Rashedi.