O pastor Saeed Abedini teria sofrido novas sessões de tortura na prisão do Irã onde está sendo mantido desde sua condenação, há três anos.
Recentemente, a esposa do pastor, Naghmeh, o visitou na prisão e se deparou com relatos de que Abedini teria sido torturado com um taser (arma de imobilização que aplica choques) durante uma recente rodada de interrogatórios.
De acordo com o Centro Americano para Liberdade e Justiça (ACLJ), esses interrogatórios seriam o início do cumprimento de ameaças feitas ao pastor quando de seu julgamento. Na ocasião, as autoridades iranianas teriam afirmado que poderiam aumentar a pena de oito anos de prisão de maneira arbitrária.
Na época em que foi preso, Abedini foi acusado de espionagem contra o Irã. Agora, o pastor está sendo interrogado novamente sob a acusação de manter ligações com grupos rebeldes e fazer declarações contra o governo, o que poderia abrir um novo processo contra ele, mesmo com suas negativas a respeito das acusações e a indicação de que nunca integrou partidos políticos no país.
Consistente em sua versão, Abedini teria ressaltado nas recentes sessões de tortura que seu trabalho no país, após sua naturalização como norte-americano, era voltado à assistência de crianças em situação de risco e à construção de um orfanato, que inclusive teria recebido autorização do governo iraniano.
Inúmeras vezes o pastor foi tentado com a proposta de negar a Cristo para obter sua liberdade, opção prontamente recusada todas as vezes. A postura firme de Abedini resultou em vários espancamentos, que contribuíram para debilitar sua saúde.
Novamente, os relatos de que as autoridades da prisão estão recusando cuidados médicos adequados ao pastor causaram preocupação, e o ACLJ estaria preparando uma estratégia para dialogar com o presidente do Irã, Hassan Rouhani, após seu discurso na Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), visando a libertação do pastor.
“Quando este pesadelo vai acabar? Saeed não é um criminoso. Ser cristão e motivado por valores cristãos para ajudar as crianças mais pobres e mais carentes no Irã deve ser visto como algo bom para a sociedade iraniana. Vemos que mais uma vez a linha dura no Irã está tentando forjar provas contra o meu marido e que ele foi abusado e torturado. Isto é quase insuportável […] É tempo de que os governos de todo o mundo mudem seu foco para as injustiças do governo iraniano e peçam que liberte o meu marido. É o momento para que as empresas que procuram fazer negócios no Irã olhem além de seus lucros e vejam a instabilidade de um governo conhecido por aprisionar os homens e mulheres inocentes que exerceram as suas liberdades fundamentais”, desabafou a esposa de Abedini.