Segundo informações da organização International Christian Concern (ICC), outro pastor foi vítima de perseguição religiosa e étnica em Mianmar, um país localizado no sul da Ásia continental e limitado ao norte e nordeste pela China.
Um grupo de rebeldes budistas conhecido como Exército Arakan (AA) foram até a casa do pastor U Thar Tun, em 13 de fevereiro desse ano. Eles exigiram a saída do líder religioso do recinto e depois desapareceram com ele, segundo os relatos da sua esposa, Daw Hla Sein.
Aos 50 anos de idade e pai de cinco filhos, o pastor Thar Tun é líder da Igreja Evangélica de Mara e pertence ao grupo étnico Myo, um dos mais comuns no Estado de Rakhine, porém, considerado uma minoria.
Os rebeldes atuam principalmente nos estados de Rakhine e Kachin, justamente a região onde vive o pastor e a sua família. “Ele é inocente e está envolvido ativamente em atividades sociais e étnicas do povo Myo”, informou ao ICC um colega do pastor.
“Ele age com verdade e amor pelo povo oprimido e também os protege. Mesmo que haja apenas uma pequena chance, eu gostaria de pedir sua libertação imediata das pessoas que o levaram. Ele é um membro valioso da nossa comunidade”, disse o informante.
O grupo de rebeldes budistas é conhecido pelo nível de agressividade. Eles lutam contra o Exército birmanês, perseguindo minorias religiosas, como os cristãos e muçulmanos. Em 19 de janeiro também desse ano outro pastor, chamado Tun Nu, também foi sequestrado.
A International Christian Concern (ICC) confirmou no dia primeiro de fevereiro que Tun Nu havia sido morto pelos rebeldes. A família e amigos do pastor U Thar Tun estão apreensivos, porque temem que ele também seja morto.
“Embora tenha sido dada muita atenção à crise de Rohingya no Estado de Rakhine, é alarmante ver a perseguição cristã em ascensão na área. Instamos o governo birmanês a negociar a libertação do pastor U Thar Tun, já que sua vida está em risco nas mãos do Exército Arakan. Este ato maligno não pode ser tolerado ou ignorado”, disse Gina Goh, Gerente Regional do ICC.