Em 11 de outubro do ano passado o ganhador do Prêmio Nobel da Paz foi anunciado, e ele é da Etiópia, mas esse reconhecimento está longe de ser uma conquista comemorada para os cristãos que vivem no país. Pelo menos não enquanto pastores ainda forem decapitados em função dos conflitos na região.
Segundo informações da organização internacional Barnabas Fund, dois pastores foram decapitados em Sebeta, perto da capital da Etiópia. O ataque é considerado fruto da onda de intolerância ocasionada pelo conflito político do país com a Eritreia.
Outras 67 pessoas foram mortas e 213 feridas em Addis Abeba e na região de Oromia, segundo a organização. O ministério Portas Abertas, que também monitora os casos de intolerância religiosa no mundo, observou que apesar do cristianismo ter sido aceito como a religião oficial do país, os ataques de radicais muçulmanos são frequentes.
“Apesar do fato de um cristão evangélico ser agora o primeiro-ministro e de haver esperança de mudança no país, muitos cristãos foram atacados por grupos islâmicos por causa da fé”, explica a organização.
“Na região somali de Ogaden, um dos nove estados do país, mais de 20 cristãos foram mortos em agosto de 2018, enquanto muitas igrejas foram saqueadas e queimadas, sendo totalmente destruídas”, completa um comunicado feito no site oficial da entidade.
O primeiro-ministro do qual a Portas Abertas se refere é Abiy Ahmed Ali, de 43 anos, evangélico e membro de igreja pentecostal. Ele foi o ganhador do Nobel da Paz este ano, devido às suas contribuições para apaziguar o conflito da Etiópia na fronteira com a Eritreia.
“Mesmo que ainda haja muito trabalho a ser feito, Abiy Ahmed iniciou reformas importantes que dão a muitos cidadãos esperança de uma vida melhor e de um futuro melhor”, informou o Comitê Nobel, chefiado pela Suíça e Noruega há mais de 100 anos.
Por fim, apesar dos avanços, o clima de perseguição religiosa aos cristãos no país ainda é urgente. Pastores e outros seguidores de Cristo estão sob ameaça e precisando de orações.