O caso em que Patrícia Lélis acusa o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) de agressão, abuso sexual e/ou estupro vem preenchendo boa parte das páginas sobre política em portais e blogs, além das redes sociais, com versões desencontradas e parcas afirmações da parte acusada sobre o episódio.
A estudante de Direito e Jornalismo conversou com a Redação do Gospel+ após algumas tentativas de contato, e falou sobre parte do episódio, negando que tenha mantido as conversas com o pastor via WhatsApp que foram veiculadas por este portal.
Solicitamos a Patrícia que enviasse um posicionamento formal sobre a matéria em que veiculamos – sob o friso da hipótese de serem verdadeiros – os prints que são atribuídos à conversa entre ela e Feliciano. Por e-mail, a estudante enviou uma nota em que se expressa como se falasse pelo portal, para negar a veracidade dos prints.
Além do texto enviado por Patrícia, o Gospel+ destaca que durante o contato, ela mesma esclareceu que não é jornalista formada, e sim, uma estudante, em seu último ano na Universidade Católica de Brasília, e que um dos pontos observados por ela é que a grafia de seu nome está com um “l” a mais, e que ela não erraria o próprio nome.
Acompanhe abaixo, na íntegra, a posição de Patrícia Lélis sobre a matéria:
Pedimos desculpas.
Erramos. Erramos feio.
No caso recente que envolve a jornalista Patrícia Lélis e o pastor Marco Feliciano, os membros desta página feriram as regras mais elementares do jornalismo: publicamos mentiras sob a forma de verdade; acusamos uma jovem a partir de provas falsas e de montagens absurdas; não apuramos os fatos que corriam e fomos displicentes com a honra alheia, sem calcular a proporção que nossas falhas poderiam tomar.
Se você leu nossa matéria, esclarecemos aqui: todos os prints da suposta conversa entre a jornalista e o pastor foram forjados, e nada de seu conteúdo é verdadeiro – incluindo a suposta foto da moça, uma montagem a partir de uma imagem colhida na Internet. Todas as conclusões tiradas a partir do que escrevemos, portanto, só podem ser mentirosas.
Com o desenrolar do caso, percebemos muitas obviedades que apontam para a culpa do pastor Marco Feliciano, que certamente será condenado pelos crimes que cometeu. Mas sabemos que não existe a possibilidade de repararmos os danos que causamos à jornalista, à sua família, aos seus amigos e, especialmente, à verdade.
Pedimos desculpas. E que a justiça seja feita.
Contraponto
O Gospel+ publicou os prints sob a hipótese de serem verdadeiros, mas condicionando a narrativa dos fatos à possibilidade real de não o serem, pois não tivemos acesso direto ao smartphone do pastor.
O conteúdo da matéria em questão foi obtido através de uma fonte, que obteve acesso ao material e remeteu ao portal, sob a condição de anonimato, como garantem a Constituição Federal, de 1988, em seu artigo 5º inciso XIV, que pontua que “é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”; e o artigo 7º da Lei de Imprensa, de 1967, que também assegura o respeito ao “sigilo quanto às fontes ou origem de informações recebidas ou recolhidas por jornalistas, radiorrepórteres ou comentaristas”.
Optamos pela publicação a partir de um detalhe crucial: uma parte do conteúdo que recebemos da fonte já havia vazado nas redes sociais há semanas, quando no dia 28 de junho o pastor Marco Feliciano publicou o tweet abaixo. É possível que Feliciano tenha publicado esse print de maneira involuntária. Confira:
Um dos prints foi apontado pela estudante como indício de que todo o conteúdo seria forjado, pois este continuava uma mensagem atribuída a ela, mas registrava horário diferente da mostrada no print anterior. Por esse motivo, atualizamos a matéria com a exclusão desse print exclusivamente, por representar uma hipótese de inverdade, mas mantendo os demais, que se alinham com o fato do dia 28 de junho.
Esse fato relacionado aos horários não deve ser visto como prova de falsificação por parte de nossa fonte. No site do WhatsApp, no espaço dedicado a dúvidas, há um tópico em que o aplicativo comenta de forma oficial situações que podem causar diferenças de horários.
Patrícia Lélis pediu reiteradamente que a matéria com os prints fosse retirada do ar, mas o Gospel+ optou por seguir a legislação vigente no país e conceder a ela o direito de resposta, com o mesmo espaço usado na matéria em que os prints foram apresentados ao público, assim como na página do portal no Facebook e Twitter.
Feliciano
O Gospel+ também tentou contato com Marco Feliciano, através e-mail e de interlocutores que mantém contato pessoal e direto com o pastor. No entanto, o e-mail nunca foi respondido e as tentativas de contato indireto receberam como resposta a afirmação de que Feliciano optara por não se posicionar ainda, além do vídeo que ele mesmo publicou no último sábado.