Uma peça de teatro chamada Porno Gospel, que está em cartaz na cidade de Curitiba (PR), vem causando polêmica pelo seu título e texto, uma sátira à política local e às lideranças evangélicas nacionais.
“Uma Farsa Teatral Baseada em Fatos Reais” , diz a descrição da peça, que está em cartaz desde o último dia 19 de maio, no miniaudiório do Teatro Guaíra. Escrita por Mariana Zanette, Ludmila Nascarella, Fernando Cardoso e Marvhem Hd, a peça é dirigida por Mariana Zanette.
A história contada em tom de comédia se passa em Paradise City, “uma cidade perfeita com moradores perfeitos”, e que “após uma catástrofe na Cidade Vizinha recebe milhares de pessoas ‘diferentes”, diz a sinopse do espetáculo teatral.
“É ano de eleição para a prefeitura da cidade, a deputada e candidata do Partido Missionário do Senhor, Holly Holla Cristy tenta conseguir apoio com o famoso comunicador do Senhor, o apresentador de TV e pastor Jair Malagaia. Ela luta pela moral, bons costumes e exclusão de toda situação que possa macular a imagem da cidade. Ele, empresário de sucesso, carismático e atraente prega os princípios da moralidade calcado na cura das perversões através de seus produtos gospeis”, diz a divulgação.
A sátira critica a postura das lideranças evangélicas, e faz clara referência aos artistas gospel e ao pastor Silas Malafaia, televangelista e líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC).
A repercussão da peça na mídia local levou o vereador Tiago Gevert (PSC) a iniciar uma coleta de assinaturas para aprovarem uma moção de repúdio ao espetáculo, segundo informações do CGN.
Em nota, Gevert afirmou que o título da peça expressa intolerância ao gênero musical evangélico: “Enquanto o tema da Marcha para Jesus deste ano [Somos o povo da cruz] gerou polêmica e alguns promotores se sentiram ofendidos, poucos dias depois nos deparamos com uma obscenidade, traduzida no título de uma peça teatral e mascarada com o conceito de arte para, aí sim, demonstrar total intolerância religiosa. Esta peça, em cartaz no Teatro Guaíra, deveria ser proibida pelo título profano e pelo texto de caráter difamatório àqueles que professam o Evangelho”, diz o requerimento de Gevert, que deverá ser votado na Câmara Municipal de Curitiba nesta quarta-feira, 01 de junho.