Na tarde do dia 6 de abril, o adolescente Alailton Ferreira, de 17 anos, foi espancado até a morte por moradores do bairro Vista da Serra, na cidade de Serra (ES), suspeito de ter estuprado uma mulher na região. Após sepultar o filho, na última quarta feira (9), a mãe do rapaz afirma que ele era inocente, e pede para que os assassinos de seu filho peçam perdão a Deus pelo crime.
Diva Suterio Ferreira, mãe do adolescente, afirma que o filho foi vítima de injustiça. Segundo ela, o filho já havia sido preso por outros crimes, como furto, e também era usuário de drogas. Porém, ela afirma que ele nunca estuprou ninguém.
– Ele já foi preso por furto, usava droga, mas não estuprou ninguém, jamais faria isso. Acredito na justiça divina. Peço que essas pessoas peçam perdão a Deus pelo que fizeram ao meu filho – afirmou a mãe de Alailton Ferreira.
– Procurei na Upa, na delegacia e depois em hospitais, até encontrá-lo. Mas meu filho quase não tinha vida quando o vi – completa, afirmando que só soube da agressão na segunda feira, dia 7 de abril.
Segundo a Polícia Civil, nenhuma denúncia de estupro foi feita contra o rapaz. De acordo com o relatório da Polícia Militar, o caso foi registrado no Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Serra, mas nenhum autor do espancamento ou mesmo a suposta vítima de estupro se apresentou.
Dois vídeos que mostram a agressão circularam nas redes sociais. Os agressores só foram contidos com a chegada da polícia que, de acordo com o delegado-chefe do DPJ, Ludogério Ralff, teve que usar spray de pimenta para afastá-los, e socorrer o rapaz.
– Os policiais militares descreveram no boletim de ocorrência que foi necessário utilizar spray de pimenta para conter os populares, e prosseguiram com o adolescente para a unidade de saúde – relatou o delegado, segundo o G1.
Diva Ferreira afirma que sua família está abalada com o ocorrido, e que estão se apegando ao auxílio de Deus para superaram a perda do filho.
– Só Deus para me ajudar. Meu filho era amado, sonhava em me dar uma casa. Dizia que queria um quarto para ele, um para mim e um para irmã. Minha filha, de 11 anos, só chora, tem medo de sair à rua depois do que aconteceu – afirma.
Após o falecimento do jovem, as imagens e demais informações sobre o caso estão sendo encaminhadas para a Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) que investigará a morte do adolescente.
Por Dan Martins, para o Gospel+