A comunidade cristã do Sudão está comemorando uma ótima notícia para a liberdade religiosa de quem vive no país. Regido pela “sharia”, conhecido conjunto de leis islâmicas de ordem política e moral, o país agora resolveu banir a pena de morte para os que deixarem o islamismo.
Se trata de um avanço em direção à liberdade religiosa em geral, uma vez que desde 1991 o artigo 126 do Código Penal prevê esse tipo de punição.
Assim como em outros países comandados pelo regime islâmico, quem se converte do islamismo para outras religiões é acusado de cometer “blasfêmia”, segundo a lei islâmica da sharia, podendo ser condenado à morte.
Mohamed Hassan Arabi, membro do Conselho de Coordenação das Forças de Liberdade e Mudança (FFC), afirmou que uma nova proposta deve alterar a lei de 1991 para abolir a pena de morte contra os que deixam o islamismo.
“O castigo da apostasia coloca em risco a liberdade de opinião e crença e mina a paz e a estabilidade social”, disse ele, segundo informações do JM Notícia. A proposta está no Projeto de Emendas Variadas de 2020 e deverá ser analisada pelo Departamento Legislativo do Ministério da Justiça do Sudão.
A perseguição religiosa no Sudão aos cristãos ainda é algo de extrema gravidade. O país ocupa a posição número 5ª na lista mundial de repressão à liberdade de culto, publicada anualmente pela organização Portas Abertas.
Ser cristão no Sudão, onde o islamismo ainda é tido como religião oficial, com amplos poderes junto ao Estado, é um desafio para quem enxerga em Jesus Cristo o único caminho, a Verdade e a Vida.
“A perseguição não é uma simples violação da liberdade de religião para eles, nem uma sequência de incidentes isolados, mas um padrão cruel. Existe também um sistema político que visa fazer uma limpeza étnica nessa nação, onde cristãos não são bem-vindos e geralmente são tratados com muita hostilidade”, informa a Portas Abertas.