Na China, a perseguição religiosa aos cristãos é uma realidade que faz parte do cotidiano da população. Nesse regime comunista, até mesmo um simples casamento pode ser visto como uma ameaça para o governo, algo confirmado por um casal cristão vítima dessa intolerância.
“Cancelamos temporariamente nosso casamento. Por favor, continue orando por nós”, escreveu Xiao Yue na rede social WeChat Moments, autorizada a funcionar na China. Ela é a noiva de Zhang Q iang, e ambos não conseguiram se casar na Early Rain Covenant Church (ERCC), denominação da qual fazem parte.
O relato de Xiao foi publicado após o casal ter sido levado para uma delegacia, depois que os noivos insistiram em manter a programação do casamento. Felizmente, eles não chegaram a permanecer detidos, segundo informações da ChinaAid.
“Agradeço a Deus por não me deixar enfrentar a situação sozinho. Zhang Qiang continuou me confortando na delegacia. Fiquei chateada, mas não tive medo ou tristeza”, explicou Xiao.
O casal cristão teve que se apresentar na delegacia de Dayi County Jinyuan, um dia antes da data marcada para o casamento. A perseguição à igreja ERCC é fruto da visão do Partido Comunista da China sobre a denominação, vista como uma “seita” no país.
Contudo, qualquer igreja considerada não oficial, isto é, não autorizada a funcionar por parte do governo, é vista de forma semelhante. Apenas as denominações que se submetem às regras do governo, como a do Movimento Patriótico das Três Autonomias, são consideradas legais.
O problema é que tais condições não são de ordem burocrática, apenas, mas também doutrinárias, com o Partido Comunista estabelecendo limites sobre o que pode ou não ser ensinado pelos pastores e padres.
“A vigilância na China está entre as mais opressivas e sofisticadas do mundo. A participação nas igrejas é rigorosamente monitorada e muitas igrejas estão sendo fechadas”, diz a Portas Abertas.