Um relatório publicado pela Comissão Americana de Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) chama atenção para o aumento alarmante da perseguição religiosa no mundo inteiro, especialmente contra os cristãos. Um ponto de destaque no levantamento diz respeito à tolerância dos países com relação a isso, quando a reação deveria ser oposta.
Corroborando com a lista anual publicada pela organização Portas Abertas, a USCIRF identificou que os países Mianmar, República Centro-Africana, China, Eritreia, Irã, Nigéria, Coréia do Norte, Paquistão, Rússia, Arábia Saudita, Sudão, Síria, Tajiquistão, Turquemenistão, Uzbequistão e Vietnã são os que mais promovem a perseguição religiosa.
A China em particular, devido ao seu grande poderio econômico e crescente militarização das suas Forças Armadas, é vista com grande preocupação pelos comissários da USCIRF, uma vez que a influência desse país no mundo tem sido cada vez maior, não apenas no âmbito comercial, mas cultural também.
“Então, aqui está um poder crescente. Sua economia está ficando cada vez maior a cada ano, suas forças armadas estão se expandindo. Tem ambições em todo o mundo e, em todo lugar que chega, traz consigo esses valores de perseguição”, disse Gary Bauer, um dos nove comissários da organização, segundo informações da CBN News.
O comissário Anurima Bhargava, por sua vez, explicou que a USCIRF tem observado também o aumento da tolerância com relação à perseguição religiosa. Ou seja, mesmo os países que não se encontram nas listas internacionais onde a intolerância religiosa é identificada de forma sistemática, esse tipo de violação aos direitos humanos tem sido visto com aceitação.
“Uma das coisas em que a comissão está realmente focada não é apenas quando há governos perpetrando a violência, mas quando os governos estão tolerando a perpetração da violência”, disse Bhargava.
Tony Perkins, outro integrante da USCIRF, destacou que o cristianismo é a religião mais perseguida, também pela própria doutrina pacifista. Assim, templos cristãos se tornam alvos fáceis de ataques. Contudo, ele acredita que é preciso haver uma mobilização em conjunto com forças militares para que os cristãos obtenham maior proteção.
“As igrejas, que são alvos fáceis, tornaram-se alvos para terroristas e, portanto, acreditamos que seria um papel muito eficaz do nosso governo se juntar a esses governos para fornecer o treinamento que seria uma combinação de policiais, agências de investigação, segurança doméstica, juntamente com as casas de culto para garantir a segurança”, disse ele.