O Grupo de Pesquisa Mídia, Religião e Cultura (MIRE) do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo promoveu uma pesquisa durante a edição 2016 da Marcha para Jesus em São Paulo, com o tema “Evangélicos: Política e pensamento conservador”, e constatou que a grande maioria dos fiéis enxerga em pastores como Silas Malafaia e Marco Feliciano (PSC-SP) seus grandes representantes na esfera política.
A pesquisa foi coordenada pelo professor Leandro Ortunes (PUC-SP), com apoio de um grupo 26 estudantes. No total, 527 pessoas foram entrevistadas por meio de um questionário fechado.
No site da instituição de ensino, uma matéria sobre a pesquisa aponta que existe uma “heterogeneidade” entre os evangélicos sobre o pensamento político, paralela ao “ceticismo” em relação ao tema.
A maioria dos entrevistados, 62,7%, afirmou não ter preferência de linha política (esquerda, centro ou direita) e 16,4% não souberam diferenciar ou responder essa questão.
A respeito dos partidos políticos, 81,6% disseram não ter preferência partidária, o que aponta uma certa volatilidade, enquanto 7,6% revelaram ter simpatia pelo Partido dos Trabalhadores, enquanto 4,9% pelo PSDB.
“Há uma apatia dos entrevistados em relação às ideologias políticas e organizações partidárias. Os entrevistadores também relataram o tom de desconfiança e desprezo dos entrevistados diante destas questões. No entanto, esse tom se alterava quando se tocava em pautas morais e de representatividade”, comentou o professor Leandro Ortunes.
Silas Malafaia é, segundo a pesquisa, o líder evangélico com maior representatividade entre os fiéis que foram à Marcha para Jesus, citado por 58,6%. Quando a pergunta foi feita a respeito da representatividade exclusivamente política, o pastor Marco Feliciano alcançou 40,8% das citações.
O ativista gay e deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) foi o maior rejeitado do público, lembrado com antipatia por 42,5% dos entrevistados.
“Somente neste comparativo, entre estrutura política e a representatividade, percebemos que o público entrevistado está muito mais voltado à figura do líder do que a uma ideologia política ou partido. Fato que nos remete aos três tipos dominação legítima, de acordo com Max Weber”, concluiu Ortunes, fazendo menção a um dos conceitos do filósofo alemão que é considerado o fundador da sociologia.