O caso da britânica Isabel Vaughan-Spruce, que chegou a ser presa por orar em silêncio contra a prática do aborto em uma clínica do seu país, teve uma reviravolta. Agora, a Polícia local resolveu lhe pedir desculpas pelo ocorrido, excluindo também as investigações que tramitavam contra ela.
Isabel Vaughan-Spruce é líder do movimento Marcha pela Vida em seu país, e estava em frente a uma clínica de aborto, em um espaço público, fazendo uma oração em silêncio, quando foi abordada por policiais no final do ano passado.
“Você está rezando?”, perguntaram os agentes de segurança, no que ela respondeu: “Posso estar orando em minha cabeça”. Devido a uma lei local que proíbe manifestações próximo a clínicas abortivas, ela acabou sendo levada presa.
O chocante, no entanto, foi que Spruce não havia feito qualquer manifestação, já que estava orando em sua mente. O caso passou a ser investigado e ela recebeu ajuda da Alliance Defending Freedom UK (ADF UK), um escritório de advocacia que atua em casos de perseguição religiosa e de consciência.
Inocentada
Após todos esses meses sendo investigada, Spruce finalmente recebeu a notícia de que a Polícia havia encerrado o seu caso. “Eu nunca deveria ter sido presa ou investigada simplesmente pelos pensamentos que eu mantenho em minha própria mente”, disse ela em um comunicado.
“A oração silenciosa nunca foi um crime. Saúdo a decisão da Polícia de West Midland de encerrar a investigação e o seu pedido de desculpas pelo tempo que levou para fazê-lo, mas é importante destacar as implicações extremamente prejudiciais desta provação, não apenas para mim, mas para todos os que se preocupam com as liberdades fundamentais no Reino Unido”, completou a britânica, segundo o The Christian Post.
Contrária ao aborto, Spruce comemorou a desfecho do caso, mas demonstrou preocupação com o futuro da liberdade de opinião e expressão em seu país, indicando que a sua história é um indicativo de que a supressão do pensamento parece estar aumentando.
“O árduo processo desta provação criminal foi o castigo para Isabel. Além disso, a sua história alertou o mundo de que as liberdades fundamentais são vulneráveis no Reino Unido”, disse Jeremiah Igunnubole, consultor jurídico da ADF UK.