Um grupo de vereadores do Rio de Janeiro quer criar o “Dia do Orgulho Hetero” na cidade, e o projeto que estabelece a data já está em tramitação na Câmara Municipal.
A proposta foi elaborada a seis mãos, pelos vereadores Jimmy Pereira (PRTB), Eliseu Kessler (PSD) e Alexandre Isquierdo (PMDB), este último, pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) e apadrinhado político de Silas Malafaia.
De acordo com a proposta, a data comemorativa garantiria ao cidadão “o direito de se manifestar pacificamente e afirmar seu orgulho em ser heterossexual”. A ideia do trio é que a data faça parte do calendário oficial da cidade do Rio de Janeiro.
Pereira (foto) argumenta que existe preconceito contra heterossexuais, e destacou que o projeto não tem nenhuma inspiração religiosa: “Todo dia é dia de alguma coisa, ué. Existe preconceito contra gordinho, careca, baixinho, idoso. A gente sabe que há preconceito contra gays, mas não podemos deixar de valorizar os héteros, que perpetuam a espécie. Nada pode se opor à família tradicional. Já propuseram dia do orgulho gay aqui”, argumentou, fazendo referência à iniciativa semelhante do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O vereador afirmou ainda que a proposta conta com o apoio do vereador Carlos Bolsonaro (PP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que é um dos principais adeversários dos ativistas gays. No entanto, Carlos Bolsonaro não confirmou que esteja apoiando a iniciativa.
A vereadora Laura Carneiro (PTB) propôs, em parceria com o vereador Marcelo Arar (PT), a criação do dia do orgulho LGBT, e afirmou que não existe preconceito contra heterossexuais: “Nesse caso, existe uma história de luta por direitos civis de minorias. É um direito deles apresentarem esse projeto, mas ninguém morre por ser heterossexual. Os dados são alarmantes e mostram que há um fundamentalismo sexual”, opinou.